Pesquisadores identificaram a estrela mais veloz já registrada a escapar da Via Láctea, supostamente como resultado de uma explosão termonuclear massiva originada por outra estrela.
Essa descoberta não se limita apenas a uma única estrela que se aventurou no espaço intergaláctico, mas sim a identificação de duas estrelas fugitivas que aceleraram a velocidades impressionantes.
De acordo com um artigo em processo de revisão por pares, foi constatado pelos pesquisadores que uma estrela designada como J1235 percorreu a notável velocidade de 1.053 milhas por segundo ao atravessar a Via Láctea, enquanto a estrela J0927 registrou uma velocidade de 1.420 milhas por segundo durante sua trajetória.
Em sua investigação, o grupo de pesquisadores, liderado pelo astrofísico Kareem El-Badry, afiliado à Universidade de Harvard, identificou um total de seis estrelas fugitivas em nossa galáxia.
Essas descobertas foram obtidas por meio da análise minuciosa dos dados provenientes da pesquisa Gaia, conduzida pela Agência Espacial Europeia.
"Dentre as estrelas investigadas, é provável que quatro delas tenham sido ejetadas como resultado de uma forma especial de supernova.
De acordo com os pesquisadores, a presença dessas estrelas proporciona uma oportunidade para a exploração de novas abordagens no cálculo das taxas de formação estelar e na identificação de outras estrelas fugitivas semelhantes.
Viagem em Hipervelocidade
As quatro estrelas que estão sendo impulsionadas por explosões são denominadas estrelas de hipervelocidade.
Pesquisadores sugerem que essas estrelas foram aceleradas por meio de supernovas do Tipo Ia, as quais ocorrem em sistemas estelares binários nos quais uma das estrelas é uma anã branca.
Em determinados sistemas estelares, conforme explicado pelo ScienceAlert, uma das estrelas começa a acumular material proveniente de sua companheira anã branca, resultando na formação de grandes reservatórios de gás hidrogênio.
Em um determinado momento, ocorre uma explosão de detonação termonuclear desse gás hidrogênio, desencadeando uma segunda explosão no núcleo da anã branca.
Consequentemente, a outra estrela do sistema é ejetada para o espaço a velocidades extraordinárias, inclusive sendo removida da nossa galáxia.
Os pesquisadores levantam a possibilidade da existência de um número significativamente maior de estrelas fugitivas na Via Láctea que ainda não foram detectadas.
De fato, especula-se que algumas dessas estrelas possam exibir velocidades ainda mais elevadas do que aquelas identificadas no escopo deste estudo.