A Índia e o Equador uniram forças esta semana ao assinarem os Acordos de Artemis, elevando para 27 o número total de nações comprometidas com a exploração espacial sustentável e pacífica.
Os Acordos de Artemis, batizados em homenagem ao programa lunar de exploração da NASA, são uma colaboração entre a agência espacial norte-americana e o Departamento de Estado dos Estados Unidos, estabelecendo um conjunto de princípios e práticas destinados a garantir uma exploração da lua e além de forma sustentável e pacífica.
Na quarta-feira (21 de junho), o Equador tornou-se o 26º país a assinar esses acordos, em uma cerimônia realizada na embaixada do país em Washington, D.C., conforme anunciado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
E em 22 de junho, foi a vez da Índia se tornar a mais recente nação a aderir aos Acordos de Artemis durante uma visita de Estado que contou com a presença do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
“A Índia assinou os Acordos de Artemis, que promovem uma visão compartilhada de exploração espacial em benefício de toda a humanidade”, declarou a Casa Branca em um comunicado.
"O acordo foi firmado mediante uma cerimônia ocorrida na quarta-feira, na qual estiveram presentes o ministro das Relações Exteriores do Equador, Gustavo Mrianda, e a administradora associada da NASA para Relações Internacionais e Interagências, Karen Feldstein.
“Hoje, o Equador se junta ao grupo de nações comprometidas em preservar o espaço sideral para o futuro”, afirmou o Administrador da NASA, Bill Nelson, em um comunicado da NASA. “As conquistas realizadas nesta era dourada da exploração beneficiarão a geração Artemis – em nossas nações e ao redor do mundo.”
Por outro lado, o comunicado da Casa Branca, que anuncia a assinatura dos acordos pela Índia, estabelece uma colaboração futura no campo espacial entre o país mais populoso do mundo e os Estados Unidos.
A declaração indica que a NASA fornecerá treinamento para astronautas em conjunto com a Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO), antes de uma missão conjunta programada para 2024 à Estação Espacial Internacional (ISS).
Os Acordos de Artemis foram lançados em 2020, marcando um marco significativo quando representantes de oito nações – Estados Unidos, Austrália, Canadá, Japão, Luxemburgo, Itália, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos – uniram forças para assinar o acordo.
Esses acordos têm como objetivo estabelecer diretrizes essenciais que visam evitar conflitos e mal-entendidos à medida que mais nações adentram a exploração espacial e lunar.
Suas disposições abrangem compromissos de compartilhamento de conhecimento científico e garantia da interoperabilidade de infraestruturas espaciais, entre outros aspectos fundamentais.
Entretanto, surgiram vozes questionadoras que argumentam que os Acordos de Artemis são tendenciosos em favor dos Estados Unidos.
Rússia e China, ambas com planos próprios para estabelecer uma base lunar até meados da década de 2030, levantaram preocupações de que esses acordos representam uma tentativa de dominação por parte dos Estados Unidos e seus aliados.
Tanto a China quanto os Estados Unidos possuem metas ambiciosas para a exploração lunar, incluindo o estabelecimento de assentamentos sustentáveis perto do polo sul da Lua.
O diretor da NASA, Bill Nelson, afirmou que essas duas nações agora estão em uma verdadeira corrida espacial para reivindicar territórios e estabelecer sua presença em diferentes regiões lunares.
Essa dinâmica competitiva acrescenta uma camada adicional de complexidade e urgência ao cenário da exploração espacial moderna.