A Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos anunciou que a sua Missão dos Emirados no Cinturão de Asteroides (EMA) tem seu lançamento programado para março de 2028, com o objetivo de sobrevoar seis asteroides no cinturão principal antes de alcançar um sétimo asteroide em 2034.
“A EMA desempenha um papel fundamental na Estratégia Espacial Nacional dos Emirados Árabes Unidos e tem como principal objetivo a criação de oportunidades de emprego viáveis e gratificantes para as futuras gerações de jovens emiradenses”, afirmou Sarah Al Amiri, presidente da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos, em um comunicado.
A espaçonave EMA, denominada MBR Explorer em homenagem ao Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, governante de Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, terá uma massa de aproximadamente 2.300 quilos no momento do lançamento e será equipada com quatro instrumentos fornecidos por parceiros dos Estados Unidos e da Itália.
A agência anunciou que mais de 50% da “missão geral contratada” será desenvolvida por empresas dos Emirados Árabes Unidos, mencionando apenas a operadora de satélite Yahsat.
Anteriormente, a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos havia anunciado seus planos de desenvolver uma missão de asteroide como uma sucessora da Emirates Mars Mission (EMM), uma missão orbitadora de Marte também conhecida como Hope, que teve um custo de US $200 milhões e foi lançada em 2020, mantendo-se operacional até os dias atuais.
"O comunicado emitido em 29 de maio apresentou os detalhes mais abrangentes até o momento sobre a missão planejada e seus respectivos parceiros.
Chama atenção, contudo, a ausência notável do anúncio quanto ao custo estimado da EMA. Um porta-voz designado pela Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos optou por não responder às perguntas relacionadas à missão, incluindo o seu custo.
A espaçonave MBR Explorer apresenta semelhanças com a espaçonave Lucy da NASA, que foi lançada em outubro de 2021 com o objetivo de sobrevoar dois asteroides do cinturão principal, além de diversos asteroides troianos que precedem e seguem a órbita de Júpiter ao redor do Sol.
A missão Lucy possui um custo total estimado em quase US$ 1 bilhão, englobando tanto o lançamento quanto as operações.
Essa similaridade abrange a utilização de painéis solares circulares de grandes dimensões para a provisão de energia. As matrizes presentes na missão Lucy, com um diâmetro de 7,3 metros e construídas pela empresa Northrop Grumman, conferem à espaçonave um comprimento próximo a 16 metros.
A Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos não divulgou as dimensões ou o fabricante das matrizes, entretanto, destacou que, ao serem implantadas, a espaçonave terá um comprimento de 16 metros.
A EMA está programada para ser lançada durante um período estreito de apenas três semanas em março de 2028, a fim de realizar a sua missão.
Ao longo do percurso, a espaçonave passará por Vênus em julho de 2028 e pela Terra em maio de 2029, antes de se dirigir aos asteroides do cinturão principal, incluindo Westerwald, Chimaera e Rockox, entre fevereiro de 2030 e janeiro de 2031, e posteriormente, 1998 RC76 e 1999 SG6, entre julho de 2032 e agosto de 2033.
A missão culminará com um encontro com o sétimo asteroide do cinturão principal, denominado Justitia, em outubro de 2034. A espaçonave permanecerá na proximidade desse asteroide pelo menos até maio de 2035, quando lançará um módulo de pouso com o objetivo de aterrissar em sua superfície.
A Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos informou que a sonda será proveniente de “uma startup privada do setor espacial dos Emirados”, contudo, não divulgou o nome dessa empresa nem outros detalhes referentes à sonda.
A missão possui diversos objetivos científicos, sendo o principal deles o estudo da origem e evolução de asteroides com abundância de água.
Os cientistas planetários levantam a hipótese de que Justitia, cuja coloração é extraordinariamente vermelha, pode ter se formado no sistema solar externo e posteriormente migrado para o cinturão principal.
“Da mesma forma que ocorreu com a EMM, a ciência inovadora e a contribuição aberta dos nossos dados científicos para a comunidade global, sem restrições, são aspectos de suma importância para a missão EMA”, afirmou Hoor Al Mazmi, líder da equipe científica do EMA, em um comunicado.
A missão estabelecerá parcerias com várias universidades e organizações nos Emirados Árabes Unidos e em outras regiões.
O Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado desempenhará o papel de “parceiro de transferência de conhecimento” no âmbito da missão EMA, uma função que já exerceu anteriormente no orbitador Hope Mars, oferecendo suporte na montagem e nos testes da espaçonave.
A Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos informou que ainda não selecionou um provedor de lançamento para a missão.