Cientistas da Universidade de Tohoku propuseram uma possível origem dos materiais orgânicos descobertos em Marte, o que poderia ajudar a entender se a vida existiu lá há bilhões de anos.
De acordo com os pesquisadores, o formaldeído atmosférico poderia ter ajudado na formação de compostos orgânicos conhecidos como biomoléculas, que são um componente fundamental subjacente aos processos biológicos.
As novas descobertas aumentam as chances de que a vida tenha existido em Marte, bem como a probabilidade de que evidências adicionais possam ser descobertas durante as investigações atuais em locais promissores como a cratera Jezero, onde o rover Perseverance da NASA está atualmente realizando estudos.
As condições frias e secas de Marte no momento tornam o local improvável para que os organismos possam se desenvolver e um lugar exigente para os seres humanos que poderão realizar missões prolongadas nas próximas décadas.
No entanto, evidências geológicas sugerem que isso pode não ter sido o caso em um passado distante. Há cerca de 3,7 bilhões de anos, Marte pode ter tido água líquida e um ambiente no qual organismos simples poderiam ter se desenvolvido.
"De acordo com a equipe da Universidade de Tohoku, o formaldeído também poderia ter se formado durante esse período de relativa habitabilidade em Marte. Isso é significativo porque o formaldeído é um precursor importante na formação de biomoléculas por meio de processos abióticos.
A equipe da Universidade de Tohoku empregou um modelo de computador que lhes permitiu simular as condições no Planeta Vermelho há muito tempo e verificar se a formação de formaldeído parecia provável, com base na premissa de que a atmosfera naquela época teria uma abundância de dióxido de carbono, hidrogênio e monóxido de carbono.
“Nossos resultados mostram que um suprimento contínuo de [formaldeído] atmosférico pode ser usado para formar vários compostos orgânicos, incluindo aminoácidos e açúcares”, escreve a equipe no artigo, oferecendo uma possível origem para sua presença na superfície marciana.
Com a conversão do formaldeído em ribose, a equipe relata que “parece plausível um suprimento contínuo de açúcares bioimportantes no início de Marte, especialmente durante os períodos Noachiano e Hesperiano”.
Estudos futuros da equipe visam explorar os dados geológicos que os rovers da NASA coletaram para encontrar pistas adicionais sobre a presença de moléculas orgânicas em Marte antigo e comparar seus modelos com amostras obtidas do planeta.
O estudo recente da equipe, “Produção de formaldeído atmosférico em Marte no início, levando à formação potencial de moléculas biologicamente importantes”, foi publicado na Scientific Reports.
Estas pesquisas oferecem uma perspectiva promissora na busca em andamento por evidências de vida passada em Marte.
Via: The Debrief