No vasto cosmos que nos cerca, a busca por exoplanetas, mundos distantes além do nosso sistema solar, continua a surpreender e intrigar os astrônomos. Recentemente, uma equipe de astrônomos fez uma descoberta notável: um planeta do tamanho da Terra orbitando uma estrela semelhante ao Sol, no sistema HD 63433, localizado a uma distância relativamente próxima, apenas 73 anos-luz de distância.
A descoberta desse novo mundo foi possível graças ao telescópio espacial TESS da NASA, projetado especificamente para detectar “trânsitos” – eventos em que exoplanetas cruzam diante de suas estrelas hospedeiras, obscurecendo temporariamente parte da luz estelar.
Anteriormente, dois planetas já haviam sido identificados no sistema HD 63433. No entanto, a equipe de astrônomos decidiu explorar mais a fundo, eliminando os sinais desses planetas conhecidos e revelando um terceiro corpo celeste: o HD 63433 d.
Este recém-descoberto HD 63433 d, com um diâmetro cerca de 1,1 vez o da Terra, orbita em torno de uma estrela de características muito semelhantes ao nosso próprio Sol. A estrela, uma representante do tipo G, compartilha tamanho e massa semelhantes com o Sol. Entretanto, a proximidade íntima entre o planeta e sua estrela resulta em um “ano” extremamente curto de apenas 4,2 dias terrestres.
Um aspecto notável deste exoplaneta é sua juventude. Tanto o planeta quanto seu sistema planetário são notavelmente mais jovens do que o nosso, com uma idade de aproximadamente 400 milhões de anos em comparação com os 4,5 bilhões de anos da Terra.
"Esta diferença substancial na idade sugere que o HD 63433 d está em uma fase inicial de seu desenvolvimento, proporcionando uma perspectiva única sobre os estágios iniciais da formação planetária.
Além da idade, as condições extremas do HD 63433 d tornam-no um objeto de estudo fascinante. Sua proximidade à estrela hospedeira resulta em temperaturas elevadíssimas, atingindo até 1.257 graus Celsius no lado diurno do planeta.
O HD 63433 d experimenta um fenômeno chamado bloqueio de maré, semelhante à Lua em relação à Terra, o que significa que um lado do planeta está permanentemente voltado para a estrela. Este lado diurno escaldante, possivelmente um “hemisfério de lava,” é comparável a outros exoplanetas conhecidos por suas condições extremas, como CoRoT-7 b e Kepler-10 b.
As dimensões reduzidas, a sua juventude e a proximidade com a sua estrela conferem a este planeta características que o tornam um candidato fascinante para uma investigação mais aprofundada. Um subsequente estudo poderia validar os achados desta pesquisa, desvelando mais detalhes acerca do “lado escuro” do planeta e fornecendo insights sobre a possível composição de sua atmosfera.
A descoberta foi publicada no The Astronomical Journal.