A exploração espacial sempre foi um campo repleto de desafios, e a busca por recursos sustentáveis é essencial para garantir a presença humana além da órbita terrestre. Recentemente, uma descoberta fascinante reforçou a perspectiva de utilizar a água disponível na Lua não apenas como suporte à vida, mas também como propulsor para foguetes.
Os resultados de uma análise detalhada das rochas lunares trazidas pelas missões Apollo foram divulgados pelos pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA (NRL), foi identificada a presença de hidrogênio na amostra de solo lunar 79221.
Essa descoberta abre portas para a possibilidade de os futuros astronautas utilizarem a água lunar como um recurso vital e como combustível para suas missões.
A geóloga Katherine Burgess, autora principal do estudo, destacou em um comunicado, o potencial significativo do hidrogênio como recurso lunar. Ela enfatiza que “o hidrogênio tem o potencial de ser um recurso que pode ser usado diretamente na superfície lunar quando houver instalações mais regulares ou permanentes lá.”
“Localizar recursos e entender como coletá-los antes de chegar à Lua será incrivelmente valioso para a exploração espacial,” concluiu Katherine.
"Considerando os custos elevados associados ao envio de água da Terra para a Lua, a utilização do gelo lunar in-situ surge como uma alternativa promissora. Segundo estimativas da NASA, o lançamento de uma garrafa de água até a Lua custaria milhares de dólares.
Utilizando o gelo lunar, não apenas os custos podem ser reduzidos, mas também abre-se a possibilidade de dividir o gelo em seus componentes – hidrogênio e oxigênio – para serem usados como combustíveis de foguetes em viagens espaciais.
A importância dessa descoberta é ressaltada pelo fato de que as amostras foram coletadas não nas regiões polares, onde se espera estabelecer bases a longo prazo, mas perto do equador lunar. Isso indica que o hidrogênio pode não estar limitado apenas às áreas sombreadas perto dos polos, expandindo as possibilidades de acesso a esse recurso vital em diferentes regiões da Lua.
Além disso, dados da missão lunar Chandrayaan-3 da Índia revelaram a presença de enxofre na superfície lunar, sugerindo a existência de recursos adicionais. O enxofre pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento de infraestruturas, como baterias de armazenamento, facilitando a criação de bases sustentáveis na Lua.
Essas descobertas abrem caminho para uma nova era na exploração espacial, onde os recursos disponíveis na Lua podem ser explorados de maneira eficiente e sustentável.
A possibilidade de utilizar a água lunar como propulsor de foguetes não apenas reduz os custos das missões, mas também impulsiona a perspectiva de viagens interplanetárias, quem sabe até mesmo levando a humanidade a Marte.
Em resumo, a exploração da água lunar representa um avanço significativo para a exploração espacial. Ao compreender e utilizar os recursos disponíveis, os futuros astronautas podem estabelecer bases mais duradouras e explorar o cosmos de maneira mais eficiente, abrindo novos horizontes para a humanidade além da Terra.
Essa pesquisa é descrita em um artigo na revista Communications Earth & Environment.