Recentes cálculos astronômicos sugerem que a estrela central de nosso sistema solar, o Sol, pode ser um pouco menor do que se pensava anteriormente. Essa descoberta tem implicações significativas para a forma como compreendemos e estudamos o nosso astro-rei. Pesquisadores, ao medirem diferentes tipos de oscilações solares, apresentam dados que desafiam as estimativas aceitas há décadas.
O método tradicional de medir o Sol durante eclipses solares totais, utilizado desde a década de 1970, fixou o raio solar em aproximadamente 432.468 milhas (695.990 quilômetros). Contudo, os cientistas agora propõem que essa medida pode ser imprecisa, uma vez que o Sol está constantemente em movimento devido à sua natureza como uma bola de plasma em constante agitação e convecção.
Para entender a física e a atmosfera do Sol com maior precisão, tornam-se necessárias medições mais refinadas. Na década de 1990, estudos que exploraram as oscilações causadas pelas ondas solares, especificamente os modos f, indicaram que o Sol poderia ser entre 0,03% e 0,07% menor do que as estimativas baseadas em eclipses solares sugeriam. Esses resultados, provenientes de métodos diferentes, apresentaram variações ligeiras.
O recente estudo, que analisou uma forma diferente de oscilação solar conhecida como modo p, confirma as descobertas da década de 1990. Embora ainda não revisado por pares, o estudo, postado em 17 de outubro no banco de dados de pré-impressão de física arXiv, sugere que o raio do Sol é mais próximo de 432.337,6 milhas (695.780 km), resultando em um diâmetro de cerca de 1.391.560 quilômetros (864.675,3 milhas).
Em essência, tanto os dados antigos do modo f quanto as novas medições do modo p convergem para um tamanho levemente menor do que se presumia.
"“Esses números são apenas uma fração de um por cento diferentes, mas são importantes. Essas ondas e oscilações são uma amostra das reações nucleares, da composição química e da estrutura básica do Sol”, disse à New Scientist o coautor do estudo, Douglas Gough, astrofísico da Universidade de Cambridge.
William Chaplin, professor de astrofísica da Universidade de Birmingham, observa que entender o Sol é crucial não apenas por ser a estrela mais acessível da Terra, mas também devido ao impacto das tempestades magnéticas solares nas telecomunicações terrestres.
A importância desse conhecimento vai além da esfera científica, já que as atividades solares, incluindo as tempestades magnéticas, têm potencial para afetar as telecomunicações na Terra. A NASA, com a sonda Parker Solar Probe, e a Agência Espacial Europeia, com o Solar Orbiter, estão atualmente em missões que buscam compreender melhor o Sol e seus efeitos sobre nosso planeta.
Em resumo, a recente descoberta de que o Sol pode ser um pouco menor do que se pensava destaca a constante evolução do conhecimento científico e a necessidade de aprimorar nossas técnicas de medição para obter uma compreensão mais precisa do cosmos. Essa revelação não apenas influencia nossa visão do Sol, mas também impacta nossa capacidade de compreender fenômenos solares que afetam diretamente a vida na Terra.