Em 4 de agosto do presente ano, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) oficializou o restabelecimento integral das comunicações com a sonda Voyager 2, após um período tenso de duas semanas caracterizado por uma ausência de sinais radiofônicos.
Após a detecção de um sinal reminiscente de um “batimento cardíaco” proveniente da sonda em 1º de agosto, pesquisadores vinculados ao Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA conceberam e transmitiram uma transmissão vigorosa à sonda, com o propósito de reorientar manualmente sua antena na direção terrestre.
Transcorridas aproximadamente 37 horas, distribuídas em 18,5 horas para que o sinal oriundo da NASA alcançasse a sonda na sua fronteira interestelar e igual período para a Voyager 2 estabelecer uma resposta, constatou-se que “a nave espacial iniciou a transmissão de informações de cunho científico e telemétrico, denotando o seu estado operacional regular e a sua contínua adesão à trajetória antecipada”, conforme veiculado na declaração oficial do JPL.
A NASA experimentou, de modo temporário, a privação do contato com a sonda Voyager 2, artefato humano que se posiciona como o segundo objeto mais remoto da Terra no universo, navegando correntemente pelo âmago do espaço interestelar a uma distância aproximada de 12,3 bilhões de milhas (equivalentes a 19,9 bilhões de quilômetros) do planeta de origem.
Conforme comunicado oficial do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, a desconexão comunicativa com a sonda, consumada em 21 de julho, obteve origem em uma sucessão de diretrizes planejadas que inadvertidamente resultaram na modificação do alinhamento da antena da Voyager 2, desviando-a da orientação terráquea em aproximadamente dois graus.
"Incapaz de efetuar a transmissão ou recepção de mensagens provenientes da Rede de Espaço Profundo da NASA – uma rede internacional composta por imponentes antenas radiofônicas que prestam suporte a uma pluralidade das missões interplanetárias promovidas pela NASA – a sonda Voyager 2 encontra-se, de maneira essencial, em um estado de deriva e isolamento na vastidão obscura do espaço sideral, tendo já ultrapassado o perímetro exterior do nosso sistema solar no mês de novembro do ano 2018.
De acordo com informações da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), é possível constatar que a interrupção das transmissões radiofônicas é de caráter temporário.
A sonda Voyager 2 foi concebida com um programa de reconfiguração de alinhamento de sua antena, uma operação que é realizada de forma periódica e múltipla ao longo do ano, visando a manutenção do elo comunicativo com o planeta Terra à medida que a sonda gradativamente se distancia.
Nesse contexto, destaca-se que o próximo procedimento de reajuste está previsto para ser executado em 15 de outubro, ensejando, assim, o momento em que a retomada da comunicação com a sonda Voyager 2 é antecipada.
As sondas gêmeas Voyager foram lançadas consecutivamente em agosto e setembro de 1977, com um intervalo temporal de 16 dias entre os respectivos momentos de lançamento.
Em um desdobramento contraintuitivo, nota-se que a Voyager 2 foi lançada antes da Voyager 1.
Ambas as sondas empreenderam trajetórias de exploração que envolveram sobrevoos pelos planetas situados na periferia do sistema solar antes de, por fim, atravessarem o limiar mais distante da heliosfera — a região mais externa da atmosfera solar que demarca a fronteira entre o nosso sistema solar e o espaço interestelar circundante.
Vale salientar que a sonda Voyager 1 obteve a distinção de se tornar a primeira a ingressar no espaço interestelar, ultrapassando os limites da heliosfera no mês de agosto do ano 2012.
Nessa condição, a referida sonda representa o artefato de origem humana mais remoto em relação à Terra até então produzido, estabelecendo-se a uma distância presente de aproximadamente 14,8 bilhões de milhas (correspondentes a cerca de 23,8 bilhões de quilômetros) do nosso planeta.
Consequentemente, é importante ressaltar o caráter contínuo de expansão dessa distância ao longo do tempo. Ademais, é pertinente destacar que as operações comunicativas com a sonda Voyager 1 perduram de forma ininterrupta.
Ambas as sondas Voyager ostentam recursos elétricos e reservas de combustível suficientes para sustentar suas operações atuais até, no mínimo, o ano de 2025, conforme assinalado pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA).
Contudo, no desenrolar do futuro, quando as sondas inevitavelmente cessarem definitivamente sua comunicação com o planeta Terra, sua missão com destino às constelações estelares ainda prevalecerá.
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Cabe ressaltar que nas estruturas de ambas as sondas estão acondicionadas réplicas idênticas de um disco confeccionado em cobre revestido de ouro, notório como Voyager Golden Record — uma espécie de mensagem sonora concebida com o propósito de compartilhar a herança natural e musical do nosso planeta com possíveis entidades extraterrestres dotadas de inteligência que porventura venham a se deparar com as sondas.
Tais registros abarcam um conjunto de 27 composições musicais, englobando peças de Bach e Chuck Berry, além de 22 minutos de sons provenientes da natureza e vozes que dialogam em 59 línguas humanas.
Ademais, é pertinente observar que as sondas estão equipadas com um dispositivo reprodutor de áudio dotado de instruções representadas de forma imagética, conjuntamente com um mapa estelar que delineia a posição geográfica da Terra no espaço cósmico.
A questão de determinar se alguém, em algum momento por vir, as encontrará subsiste como um dilema destinado a ser resolvido em um milênio porvir.