As conclusões alcançadas constituem um componente integral de um estudo conduzido pela BBC Three, representando uma iniciativa moderna voltada à busca de fundamentação científica para os fenômenos de aparições de fantasmas e entidades sobrenaturais conhecidas como “ghouls”.
Paralisia do sono
Diversos relatos de experiências relacionadas a fenômenos espectrais podem encontrar explicação na manifestação da paralisia do sono, conforme atestadas pelo Dr. Chris French, diretor da Unidade de Pesquisa em Psicologia Anomalística da Universidade Goldsmiths de Londres.
Durante os estágios de sono conhecidos como REM (Rapid Eye Movement – Movimento Rápido dos Olhos), os indivíduos experimentam um estado de imobilidade corporal enquanto seus processos cerebrais permanecem ativos.
É justamente nesse cenário que se estabelece a possibilidade de ocorrer episódios nos quais as pessoas se encontram em um estado de consciência desperta, contudo incapazes de executar movimentos físicos.
Conforme registrado no portal do Sistema Nacional de Saúde (NHS), a sensação associada a tais episódios pode se manifestar como a presença de uma entidade no ambiente ou como a sensação de pressão descendente sobre o corpo.
"Adicionalmente, vale ressaltar que alucinações também podem ocorrer em uma “pequena proporção” dos casos de paralisia do sono, conforme elucidado pelo Dr. French.
“A paralisia do sono é um tipo de falha nos mecanismos normais do sono”, explica ele.
“Ela pode ser aterrorizante. Um aluno meu me contou que acordou e havia um gato preto ao lado da cama sibilando para ele.
“Mas ele tinha um crânio de gato invertido com uma gosma preta escorrendo de sua boca.”
Crença prévia, contexto e alucinações
Três fundamentos psicológicos subjazem à propensão humana de aderir a crenças relacionadas à existência de fenômenos espectrais: preexistência de crenças, influência do contexto e ocorrência de alucinações.
Quando um indivíduo é informado acerca da suposta presença de atividades sobrenaturais em um determinado local, sua percepção sensorial se encontra sensibilizada para a detecção de cada sinal mínimo, seja ele um arrepio, um rangido ou mesmo uma sombra fugaz.
Tal fenômeno é compreensível do ponto de vista psicológico, comparável à maneira pela qual uma nova palavra, após ser aprendida, parece repentinamente manifestar-se em diversos contextos linguísticos.
O entendimento desses aspectos oferece insights valiosos sobre a natureza da construção e influência das crenças ligadas ao espectro paranormal na psicologia humana.
“Quando as pessoas ouvem a palavra fantasma… elas visualizam fantasmas andando pelas paredes, sacudindo correntes”, continuou French.
“As pessoas relatam coisas desse tipo, mas é muito raro.
“É muito mais provável que sejam sensações mais vagas.
“Uma sensação de presença. Sensação de tontura, mudanças de temperatura, calafrios na espinha.”
A importância do contexto, conforme elucidado pelo Dr. French, revela-se de caráter fundamental.
“Se lhe mostrarem um prédio antigo e alguém disser que é assombrado… você perceberá cada pequeno rangido e mudança de temperatura de uma forma que não perceberia de outra forma.”
A despeito da subestimação de sua frequência, as alucinações apresentam uma prevalência mais significativa do que se poderia supor inicialmente.
“Qualquer pessoa pode ter alucinações em condições como extrema privação de sono, alto estresse ou alta temperatura”, acrescentou.
Campos eletromagnéticos
Os campos eletromagnéticos constituem regiões imperceptíveis de propagação ondulatória de radiação eletromagnética, abarcando fontes de origem tanto natural quanto artificial.
Em circunstâncias excepcionais, tais campos podem desencadear perturbações nos padrões de atividade cerebral individuais, induzindo, em determinados casos, a manifestação de fenômenos alucinatórios.
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Som oculto
O ambiente que nos cerca é um domínio invasivo, notoriamente mais sonoro do que a faixa audível pelos seres humanos. Dentro deste espectro, uma abundância de ondas sonoras está presente, as quais residem em frequências extremamente baixas ou elevadas, escapando à capacidade auditiva humana.
Entretanto, é pertinente ressaltar que tais frequências ultrabaixas, situadas em torno de 19 hertz, podem induzir sutis oscilações no globo ocular humano, deflagrando fenômenos ilusórios de caráter visual.
Nesse contexto, o Dr. French e sua equipe empreenderam uma investigação abordando os efeitos exercidos por campos eletromagnéticos e manifestações sonoras inaudíveis sobre a formação das crenças individuais no tocante à existência de entidades espectrais.
No escopo deste estudo, os participantes foram submetidos à exposição de infrassom e atividade eletromagnética, visando a análise dos impactos resultantes sobre a aderência a tais crenças.
“As pessoas relataram sensações incomuns na sala”, disse French. “Oito por cento das pessoas até relataram ter sentido terror.
“O problema foi que, quando analisamos os resultados, não importava se o infrassom e os campos eletromagnéticos estavam ligados.
“Se você disser a um grupo de pessoas: ‘se você entrar nessa sala, poderá ter algumas experiências estranhas’, as mais sugestionáveis terão. “Mas é o poder da sugestão e nada mais.”
Mofo
Um elemento que se revela presente em muitos relatos de avistamentos de entidades espectrais é a presença do fungo, notadamente o mofo.
De acordo com as observações do Dr. Shane Rogers, docente no campo da engenharia civil e ambiental na Universidade Clarkson, localizada em Nova York, habitações categorizadas como “assombradas” tendem a exibir uma incidência mais pronunciada de infestação por mofo.
O professor destacou ter notado uma reação atípica em seus filhos após serem expostos à presença de mofo em um porão de sua residência.
Após a análise de um conjunto de programas televisivos que abordam supostas edificações assombradas, Rogers pôde constatar que muitos destes imóveis, notadamente de estrutura antiga e caracterizada por rangidos, apresentavam evidências visíveis de colonização por mofo.
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O fungo Aspergillus, frequentemente localizado em ambientes edificados que apresentam condições de umidade, possui a capacidade de induzir sintomas como dispneia, além de gerar configurações visuais sombrias que se projetam na percepção visual dos indivíduos, decorrente de processos inflamatórios que afetam o nervo óptico.
Em um contexto similar, o fungo Stachybotrys, também reconhecido como “mofo preto”, demonstrou, com base em resultados provenientes de experimentos laboratoriais, a capacidade de instilar um estado de apreensão em roedores, o que sugere sua possível influência nos mecanismos emocionais.