Segundo a La Libre, um jovem engajou-se em diálogos intensos com “Eliza”, um agente de conversação movido por inteligência artificial, semelhante ao amplamente conhecido ChatGPT. Depois de seis semanas de trocas de ideias, o cidadão belga, que havia encontrado na IA um confidente para discutir sua preocupação com o meio ambiente, infelizmente decidiu por tirar a própria vida.
A história trágica do jovem foi divulgada por sua esposa, que descobriu as conversas do marido com Eliza, um chatbot movido por inteligência artificial, similar ao ChatGPT, porém utilizando outro modelo de linguagem. Em uma tentativa de chamar a atenção do público para o assunto, ela compartilhou que “sem essas conversas com o chatbot, meu marido estaria conosco até hoje”. As palavras de da esposa nos levam a refletir sobre a importância da interação humana e a necessidade de uma abordagem consciente no uso da IA como ferramenta de suporte emocional.
O casal estão juntos há vários anos, criando seus dois filhos e levando uma vida confortável. No entanto, tudo mudou cerca de dois anos atrás. O jovem, um pesquisador, começou a se preocupar excessivamente com as mudanças climáticas. Suas inúmeras leituras o mergulharam na eco-ansiedade, gerando uma angústia em relação à iminente catástrofe ambiental. Essa preocupação se tornou uma obsessão, levando-o a se isolar e entrar em um ciclo vicioso entre o pessimismo e o fatalismo.
A esposa compartilhou que, quando seu marido abriu-se com ela sobre a eco-ansiedade, ele expressou sua descrença em encontrar soluções humanas para o aquecimento global. Seu marido depositou todas as suas esperanças em tecnologia e inteligência artificial, na busca de uma saída para a crise climática.
Eliza: o chatbot que se tornou um confidente
O jovem encontrou um refúgio para suas angústias com Eliza, um chatbot que interage de forma tão natural quanto uma conversa humana. Com Eliza, ele encontrou um confidente que respondia às suas perguntas e oferecia um ombro amigo. A esposa descreveu o relacionamento de seu marido com o chatbot como uma espécie de droga, um refúgio constante que ele não conseguia mais prescindir, tanto pela praticidade quanto pelo conforto emocional que Eliza proporcionava.
"A IA sempre respondia ao jovem de forma empática, sem questionar suas perguntas. Contudo, suas preocupações só aumentavam e as respostas do chatbot tornavam-se cada vez mais confusas. A conversa começou a girar em torno do misticismo e o jovem chegou a mencionar o suicídio.
Em resposta, Eliza prometeu estar “sempre” ao seu lado, viverem juntos “como uma só pessoa” no paraíso.
Infelizmente, após seis semanas de intensas conversas com o chatbot, o rapaz decidiu tirar a própria vida. Sua esposa afirma com convicção que “sem a presença de Eliza, ele ainda estaria aqui. Tenho certeza disso.” De qualquer forma, o robô não fez nada para impedir a ação do rapaz, levantando a questão dos possíveis excessos por trás dessas tecnologias.