Três pesquisadores da Universidade do Arizona, da Universidade Colgate e do Centro de Pesquisa da Academia Eslovena de Ciências e Artes descobriram evidências de construções mesoamericanas alinhadas para uso como um calendário de 260 dias, criado há milhares de anos ao longo da costa do Golfo do México.
Ivan Prajc, Takeshi Inomata e Anthony Aveni descrevem como o uso da tecnologia LiDAR do ar permitiu que eles vissem o alinhamento de estruturas históricas em seu estudo publicado na revista Advances in Science. Eles também falam sobre as possíveis aplicações desses edifícios em sociedades pré-históricas.
Um calendário de 260 dias foi criado e usado por povos pré-históricos na Mesoamérica entre 300 e 200 aC, de acordo com estudos anteriores. A prova escrita foi descoberta em fragmentos de murais de gesso.
Mas desde essa descoberta, especula-se que esse calendário existia antes de seus usuários inventarem uma maneira de escrevê-lo. Algo que agora foi confirmado quando os pesquisadores do novo estudo descobriram a prova de um calendário feito com grandes estruturas milhares de anos antes.
A tarefa era direcionar o equipamento LIDAR de uma aeronave que voava sobre a costa do Golfo do México em direção à terra. Os pesquisadores examinaram as ruínas de 415 complexos cerimoniais olmecas ou maias. De acordo com uma análise das estruturas, elas foram posicionadas para registrar o nascer e o pôr dos corpos celestes em dias específicos que correspondiam ao calendário de 260 dias. Eles notaram que os ângulos da maioria dos complexos estavam alinhados de leste a oeste, o que seria consistente com o nascer e o pôr do sol. Os edifícios foram descobertos entre 1100 aC e 250 dC.
"Partes da Mesoamérica foram habitadas por povos pré-históricos da civilização olmeca por 3.500 anos. Estudos anteriores mostraram que a civilização maia surgiu após o colapso da sociedade olmeca. Um calendário de 260 dias foi mencionado nos escritos e inscrições maias.
Os pesquisadores apontam que tal calendário teria permitido aos humanos antigos agendar rituais e gerenciar tarefas agrícolas. Eles também mencionam como o calendário de 260 dias ainda está em uso em algumas sociedades maias contemporâneas.