O robô TaiKoBot da China tem encantado as redes sociais com sua capacidade de auxiliar os astronautas no espaço, segurando ferramentas, entregando pacotes e desempenhando outras tarefas importantes. Dotado de avançados sensores e câmeras, o TaiKoBot é capaz de operar de forma autônoma, navegando com estabilidade na cabine espacial.
Um grupo de cientistas chineses desenvolveu um robô humanóide voador que promete revolucionar as operações espaciais. O TaiKoBot, como é chamado, tem a altura de um adulto, mas pesa o mesmo que uma criança e é equipado com sensores e câmeras avançadas, que permitem realizar tarefas de forma autônoma.
De acordo com Zhang Qi, professor da renomada Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa e líder do projeto, o TaiKoBot foi criado com o objetivo de aliviar a carga de trabalho dos astronautas em uma estação espacial, oferecendo suporte em tarefas rotineiras e complexas. A pesquisa foi conduzida em colaboração com Zhang Yulin, professor da Universidade de Zhejiang e ex-vice-comandante-chefe do programa de voos espaciais tripulados da China.
As imagens do TaiKoBot têm se espalhado pelas plataformas de mídias sociais, como o Weibo e o Twitter, após a publicação de um artigo sobre o robô humanóide voador na revista científica internacional Machines em outubro. O líder do projeto, Zhang Qi, explicou no artigo que o TaiKoBot é capaz de navegação estável na cabine, detecção e rastreamento robusto de astronautas, além de manipulação habilidosa de objetos.
Com uma variedade de ferramentas e interfaces projetadas para seres humanos, o robô tem a capacidade de auxiliar os astronautas em tarefas rotineiras e complexas, oferecendo suporte em operações espaciais cruciais.
"Zhang Qi e sua equipe realizaram experimentos terrestres dentro de uma maquete da estação espacial, onde o Taikobot demonstrou sua habilidade em segurar e manipular ferramentas, como martelos e chaves de fenda elétricas, utilizando apenas uma mão. Além disso, o robô também foi capaz de transportar pacotes de até 2 kg com seu sistema de braço duplo, mesmo sob a gravidade da Terra. Quando em cooperação com os astronautas, o Taikobot pode ajudar a entregar ferramentas e a segurar as ferramentas devolvidas.
Diferente dos robôs terrestres, o Taikobot possui uma nova estratégia de movimento que imita os movimentos humanos no espaço. Essa técnica de controle corporal completo é denominada PFP e é composta por três subprocessos: push-off, voo e estacionamento.
Durante a fase de push-off, o Taikobot impulsiona-se contra a parede, ganhando velocidade em direção ao alvo desejado. Durante o voo, o robô se aproxima do alvo enquanto transporta ferramentas ou cargas, realizando ajustes no ar para manter a trajetória correta. O processo de estacionamento envolve a estabilização do corpo do robô para futuras operações, através do agarre em corrimãos ou utilizando a parede para desacelerar. Quando o Taikobot chega ao destino, ele agarra-se em corrimãos ou prende os pés em restrições de pé, mudando para o modo de acoplamento.
Diversos robôs já foram utilizados dentro da Estação Espacial Internacional, incluindo o Robonaut2, Kirobo e Skybot F-850. O Robonaut2, desenvolvido pela Nasa e General Motors em 2011, imita a parte superior do corpo humano, mas tem limitações em sua mobilidade.
Já o Kirobo, do Japão, é um pequeno chatbot projetado para diminuir a solidão dos astronautas. O Skybot F-850, desenvolvido pela Rússia, é o mais avançado dos três e também é um robô humanóide capaz de abrir escotilhas, passar ferramentas e simular atividades extraveiculares. Ele até mesmo pode dirigir um carro na Terra. Entretanto, para superar a gravidade, o Skybot F-850 conta com fortes articulações e estruturas de suporte, o que aumenta seu orçamento de massa.
O Taikobot possui uma massa aproximada de 25 kg (55 libras). Todos os seus movimentos são realizados por meio de unidades leves em suas articulações, enquanto sensores táteis nas mãos garantem a precisão dos movimentos. Com sua estrutura leve e movimentos mais livres, o Taikobot tem um custo de lançamento reduzido e oferece uma maior segurança durante a colaboração com humanos.
A forma do Taikobot foi projetada para se assemelhar à forma humana, de modo a executar tarefas e operar instrumentos projetados para seres humanos.
No entanto, na quarta-feira, os usuários do Weibo questionaram a lógica de manter a forma humana: “Essas pernas parecem inúteis em gravidade zero. Os designers deveriam liberar sua imaginação e considerar formas como a de uma aranha, estrela do mar ou lagartixa.”
Alguns afirmam que a aparência do robô lembra personagens de super-heróis, como o Ultraman, que luta contra monstros. Embora os robôs, como o Taikobot, possam ser dispendiosos para serem desenvolvidos e mantidos, e haja riscos de mau funcionamento ou falha técnica, os pesquisadores acreditam que eles possuem um potencial revolucionário para a exploração espacial.
Com seus sensores e câmeras sofisticados, assim como sua capacidade de executar tarefas projetadas para o uso humano, esses robôs podem auxiliar os astronautas a explorar o espaço com maior eficiência e segurança.
“O desenvolvimento do Taikobot ainda está em fase de validação”, afirmou Zhang Qi em uma entrevista ao jornal.
“Os estudos e experimentos realizados neste artigo fornecerão dados valiosos para a implantação efetiva do robô a bordo. No futuro próximo, assistentes robóticos espaciais, como o Taikobot, certamente desempenharão um papel crucial na incessante jornada de exploração e utilização do espaço.”