A tabela trigonométrica mais antiga e precisa que existe foi encontrada em uma placa de argila de 3.700 anos da Babilônia, a (Plimpton 322).
A descoberta de uma placa de argila babilônica datada de 3.700 anos atrás revelou a existência da tabela trigonométrica mais antiga e precisa conhecida até o momento. Esse achado arqueológico indica que a civilização babilônica desenvolveu a trigonometria cerca de 1.000 anos antes dos gregos.
A tabuinha Plimpton 322 foi descoberta no início do século XX, na região que atualmente corresponde ao sul do Iraque. Acredita-se que essa tabuinha tenha sido confeccionada por volta de 1800 a.C. e apresenta uma tabela composta por 15 linhas e quatro colunas de números escritos em escrita cuneiforme.
No entanto, desde sua descoberta, os cientistas têm enfrentado dificuldades para compreender plenamente o seu propósito.
Entretanto, o enigma relacionado à Plimpton 322 foi finalmente desvendado em 2017 por um grupo de especialistas da Universidade de New South Wales (UNSW), na Austrália.
"Através de sua investigação, foi revelado que a tabuinha Plimpton 322 emprega uma nova forma de trigonometria baseada em razões, em contraste com o uso tradicional de ângulos e círculos para explicar a geometria dos triângulos de ângulo reto. Essa descoberta matemática representa uma conquista notável e evidencia um genial inquestionável.
Ao contrário do sistema decimal base 10 que utilizamos atualmente, a matemática babilônica fazia uso de um sistema sexagesimal base 60 (semelhante aos marcadores de minutos em um relógio).
A justificativa reside no fato de que um sistema sexagesimal requer um menor número de arredondamentos, uma vez que permite a inclusão de frações mais precisas em comparação com um sistema decimal.
Enquanto apenas os números 2 e 5 são capazes de dividir igualmente o número 10 no sistema decimal, um sistema de base 60 oferece uma gama muito maior de opções, como os números 2, 3, 4, 5 e 6.
Os pesquisadores argumentam que podemos aplicar esses princípios nos dias de hoje, uma vez que o uso de frações mais precisas resulta em menos aproximações e cálculos mais acurados.
Caso a nova pesquisa seja precisa, a atribuição histórica a Hiparco, um astrônomo grego que viveu por volta de 120 a.C., como o criador da trigonometria é posta em questão.
De acordo com o estudo “Words and Pictures: Fresh Light on Plimpton 322”, conduzido pela renomada historiadora Eleanor Robson em fevereiro de 2002, especialistas dataram a tabuinha Plimpton 322 de aproximadamente 1822-1762 a.C.
Esses especialistas chegaram à conclusão de que a tabuinha provavelmente era utilizada por escribas na antiguidade para realizar cálculos relacionados à construção de templos, palácios e canais. A Plimpton 322 evidencia que os babilônios possuíam um conhecimento arquitetônico notável e atualizado para a época.