A Galactic Energy, uma startup chinesa que se estabeleceu como líder no setor de lançamentos comerciais, recentemente garantiu um financiamento significativo de US$ 154 milhões para impulsionar o desenvolvimento do seu foguete reutilizável Pallas-1.
Essa conquista ressalta a resiliência e o dinamismo do mercado de lançamentos espaciais na China, mesmo em meio a desafios econômicos e a uma competição acirrada.
As rodadas de financiamento C e C+ totalizando 1,1 bilhão de yuans, anunciadas em 18 de dezembro, foram lideradas pelo Ziyang Heavy Industry Fund, com a participação de investidores proeminentes, como Bengbu Investment Group, Langfang Linkong, Founder Hesheng Investment, Jintuo Capital, entre outros, conforme comunicado oficial da empresa.
O investimento será direcionado para a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia do veículo de lançamento reutilizável, destinado ao foguete Pallas-1, incluindo melhorias na infraestrutura relacionada.
O Pallas-1, um foguete movido a oxigênio líquido e querosene, com 42 metros de comprimento, planeja atingir uma capacidade de 5.000 kg para a órbita terrestre baixa (LEO) e 3.000 kg para uma órbita síncrona ao sol (SSO) de 700 km.
"O cronograma da Galactic Energy aponta para o primeiro voo do Pallas-1 no terceiro trimestre do próximo ano, com a ambiciosa meta de recuperar o primeiro estágio utilizando pernas de pouso até 2025.
Além disso, a empresa está planejando uma variante de núcleo triplo do Pallas-1, com capacidade para elevar 14.000 kg até a LEO, programada para lançamento em 2026.
Um aspecto interessante é o foco da Galactic Energy em obter contratos para lançar satélites para a megaconstelação nacional de internet via satélite da China, conhecida como Guowang.
Este projeto, que prevê o envio de cerca de 13.000 satélites para a LEO, é considerado uma resposta estratégica à presença global de constelações como o Starlink da SpaceX.
Além disso, a Galactic Energy emerge como concorrente em potencial para missões de carga de baixo custo destinadas à estação espacial Tiangong. A empresa respondeu a uma chamada da agência de voos espaciais humanos da China para propostas de espaçonaves de carga e soluções de lançamento na faixa de 4 a 6 toneladas para LEO.
O contexto competitivo do setor chinês de lançamentos comerciais revela a presença de outras empresas notáveis, como a Landspace, que já realiza lançamentos bem-sucedidos com o Zhuque-2, movido a metano e capaz de transportar até 1.500 kg para uma órbita síncrona ao sol.
A Landspace também tem planos ambiciosos para o desenvolvimento do Zhuque-3, de aço inoxidável, com uma capacidade planejada de elevar até 18.300 kg até a LEO e recuperação do primeiro estágio.
A Space Pioneer, outra participante proeminente no cenário, tornou-se a primeira startup comercial chinesa a alcançar a órbita com um foguete de propelente líquido em abril. Planeja lançar seu foguete Tianlong-3 em junho de 2024, comparável ao Falcon 9 em termos de capacidade de lançamento, com a perspectiva de um primeiro estágio reutilizável.
O ano de 2023 foi verdadeiramente revolucionário para os agentes de lançamento comercial chineses, com empresas como Galactic Energy, iSpace, Landspace, Space Pioneer e os spinoffs estatais CAS Space e Expace entrando em órbita.
Essas entidades foram responsáveis por 17 dos 62 lançamentos orbitais da China até o momento, marcando uma evolução significativa no cenário espacial chinês.
A Galactic Energy, com seu financiamento recente, está bem posicionada para continuar liderando o setor de lançamentos comerciais na China. A competição acirrada e a busca por contratos importantes indicam um futuro promissor para a exploração espacial comercial no país, impulsionando a inovação e a presença global da indústria espacial chinesa.