Por vezes denominados como “Invasão das Ilhas Colares”, os acontecimentos que tiveram início no verão de 1977 e culminaram em uma operação oficial da Força Aérea Brasileira, estendendo-se até 1978, representam uma das mais intensas ondas de atividade de OVNIs já registradas. Ao longo dos vários meses desse incidente, centenas de encontros ocorreram.
Embora a grande maioria estivesse relacionada ao mesmo fenômeno, cada um desses eventos aparentemente proporcionava novos detalhes para os investigadores de OVNIs, muitos dos quais já haviam se aventurado na região, a maioria deles antes da chegada das forças militares.
Embora as autoridades militares tenham reconhecido diversos ferimentos significativos entre os residentes da ilha, alguns pesquisadores foram além, sugerindo a ocorrência até mesmo de mortes. Alguns investigadores ligados à comunidade OVNI chegaram a afirmar que mais de 400 pessoas tiveram seu “sangue sugado” por essas misteriosas naves alienígenas.
Trata-se de um caso que, por um momento, à beira da costa brasileira, ao menos para os envolvidos, de fato parecia uma verdadeira invasão alienígena, com consequências terríveis, para dizer o mínimo.
O Incidente da Ilha de Colares representa um episódio de notável importância no contexto dos OVNIs e dos seres extraterrestres. Pode muito bem se revelar como uma das muitas atividades que conseguiram permanecer ocultas, despertando indagações sobre a existência de vida extraterrestre e por que ela aparentemente teria como alvo os desavisados moradores das vilas de pescadores no norte do Brasil.
"O início obscuro e mortal
Na noite de 29 de outubro, enquanto o casal Benedito Campos e Silvia Marie relaxava na sala de estar ocorreu a súbita chegada de uma nave em forma de disco fora da janela, um raio laser verde atravessou o vidro, paralisando-os.
Além disso, duas entidades estranhas invadiram sua propriedade. Somente a pronta intervenção de um vizinho, armado com uma espingarda, impediu incidentes mais graves, afugentando as criaturas. Ambos se recuperariam, mas Benedito experimentaria surtos estranhos de depressão por semanas.
Esse caso despertou o interesse de vários pesquisadores de OVNIs. No entanto, embora esse relato seja notório, foi apenas um dos inúmeros avistamentos que ocorreram na ilha naquela época. Além disso, tais eventos começaram muito antes, no final de abril.
Embora haja relatos esporádicos de entidades semelhantes ao Chupa-Chupa ao longo da história brasileira do século XX, a data de 26 de abril de 1977 é amplamente reconhecida como o momento em que os “fenômenos se tornaram mais agressivos”.
Naquela noite, pouco após a meia-noite, quatro pescadores estavam em seu pequeno barco próximo à Ilha dos Caranguejos. Repentinamente, uma luz intensa se aproximou deles e pousou na embarcação.
De acordo com o relatório, o incidente resultou em ferimentos graves para dois dos pescadores, enquanto um terceiro chegou a falecer. A partir desse episódio, os eventos e a atividade aumentariam de maneira significativa.
Uma região isolada com “comunicações precárias”!
O incidente na Ilha dos Caranguejos marcou o início de uma série de eventos na região das Ilhas Colares. Contudo, numa época anterior à disseminação da Internet, com a região já consideravelmente isolada e com “comunicações precárias”, a maioria dos relatos permaneceu circunscrita ao âmbito local.
Independentemente de sua abrangência geográfica, essas narrativas continuaram a se difundir com determinação. Em junho, diversos jornais de fora da região começaram a registrar os relatos, intensificando-se ainda mais em julho e agosto de 1977.
Esses periódicos descreviam, por exemplo, como os enigmáticos avistamentos aéreos estavam “gerando suspense e pânico entre a população” da Ilha de Colares. Detalhavam um “dispositivo não identificado” que os “aturdia com um feixe de luz” e, posteriormente, “extraindo seu sangue”.
Além disso, várias naves estranhas em formato de Y, com uma “chama na parte inferior”, foram avistadas por “milhares de pessoas”. A conclusão era que os moradores locais evitavam sair de casa à noite, temendo serem escolhidos como próximas vítimas desses OVNIs peculiares, que “emitiam um jato luminoso de calor intenso que queimava a pele”.
Uma das áreas particularmente impactadas por avistamentos intensos foi a cidade de Pinheiro. Tanto que o prefeito, Maneco Paiva, entrou em contato com o Comando da Aeronáutica em São Luís em busca de orientações sobre como evitar o pânico generalizado. Ele afirmava:
O objeto não emite nenhum som. Sua velocidade é enorme. Ele para em qualquer ponto e segue em qualquer direção… Muitas pessoas que pescavam em barcos foram perseguidas por essa bola de fogo (e) deixou muitas pessoas doentes. Elas tiveram febre e seus olhos estavam ardendo. A luz do OVNI era tão forte que a noite parecia dia.
Com base nessa comunicação, foi encaminhado um relatório à Base Aérea de Belém. No entanto, a situação estava prestes a se tornar ainda mais preocupante.
Avistamentos da Fase Gurupi
Existem diversos relatos praticamente esquecidos de avistamentos dessas peculiares naves aéreas sugadoras de sangue durante o mês de julho. Isso se deve, em grande parte, às extensivas pesquisas do investigador de OVNIs Daniel Rebisso Giese, dedicado ao caso Chupa-Chupa.
Muitos dos avistamentos nessa época ocorreram na área do Rio Gurupi, o que levou Giese a denominá-los como avistamentos da “Fase Gurupi”.
Um exemplo disso é uma matéria no jornal “Jornal da Bahia” em 12 de julho de 1977, que relatava a presença de “um objeto voador emitindo luz intensa” que estava “sugando sangue” da população. O artigo também destacava o temor genuíno dos moradores locais, receosos de serem as próximas vítimas da “luz vampiresca”.
Além disso, mencionava a morte de dois homens da região como resultado desses brilhos bizarros sugadores de sangue.
Durante esses avistamentos, tornou-se evidente para a comunidade local que chamas, incêndios e até mesmo algo tão trivial quanto um cigarro aceso chamavam a atenção desses objetos luminosos e letais. Um incidente em particular que se destacou ocorreu em uma fazenda na região de Pinheiro.
Por insistência do proprietário da fazenda, um grupo de 26 trabalhadores permaneceu erguendo cercas até tarde da noite. Um dos trabalhadores foi até o rio próximo para pescar, proporcionando assim o jantar para todos após o término do trabalho.
Na margem do rio, uma luz azul-branca brilhante apareceu no céu acima dele, causando-lhe imediato temor. Abandonando todos os seus pertences, ele correu de volta para o grupo, sendo seguido pelo estranho objeto que projetava seu brilho azul no solo. O grupo observou a nave pairar por cerca de 45 minutos antes de se afastar.
Avistamentos experimentados por 90 por cento da população local!
Diversos dias depois, João Barros, com 41 anos na ocasião, estava pescando com dois amigos em um rio próximo à região de São Bento. Por volta da uma da manhã, um objeto brilhante surgiu subitamente à frente do barco.
Sua luminosidade era vermelha no centro, mas apresentava tons azul-esverdeados claros nas bordas externas. A nave brilhante, assemelhando-se a uma esfera, aproximou-se do barco e desapareceu. Barros, contudo, encontrava-se de costas para o brilho no momento em que a nave passou, resultando em dores intensas de queimadura em suas costas que perduraram por vários dias.
Um encontro semelhante ocorreu nas proximidades da Mata do Olímpio. Naquela noite, após o anoitecer, Antonio Olimpio saiu de casa para usar o banheiro externo. Ao chegar lá, um objeto vermelho brilhante surgiu acima de sua cabeça. Assustado, voltou imediatamente para casa, gritando por sua esposa.
No caminho de volta, porém, caiu no chão. Sua esposa, alertada pelos gritos de socorro, estendeu a mão para ele e o puxou de volta para dentro da casa. Durante esse episódio, ele experimentou uma intensa queimação nas costas, nos braços e nas pernas.
Essa sensação de queimadura persistiu ao longo da noite, apesar dos constantes compressas de água fria aplicadas por sua esposa.
Era evidente para qualquer pessoa que passasse um breve período de tempo na região naquela época que os incidentes estavam se tornando cada vez mais frequentes. O repórter de televisão Cinaldo Oliveira expressou em sua reportagem:
Cerca de 90% das pessoas com quem conversamos tinham visto OVNIs. E muitos pescadores se queimaram… Não foram queimaduras graves, mas os homens ficaram com tanto medo que não queriam sair para trabalhar!
E a frequência dos incidentes estava em ascensão.
O encontro traumático de Alfredo Marques Soares
Um dos encontros mais impactantes ocorreu em meados de julho na região do Ceará. Em uma noite, Alfredo Marques Soares, um trabalhador rural, dirigia-se à casa de um amigo nas proximidades quando experimentou uma dor súbita na parte de trás da perna.
Ao se virar, deparou-se imediatamente com um objeto brilhante de cor amarelo-esbranquiçada. Sentindo uma sensação de puxão, percebeu simultaneamente que não conseguia mover a perna. Alfredo segurou-se no poste de uma cerca próxima.
Durante todo o episódio, ondas de calor intenso, seguidas por sensações de frio e, novamente, calor, o envolviam, como se emanando da peculiar nave. A luz era tão intensa que, na maior parte do tempo, ele mantinha os olhos completamente fechados para evitar danos à visão.
Posteriormente, o controle exercido pela nave pareceu “afrouxar” um pouco. Quase instintivamente, soltou o poste e correu, com a perna dolorida, mas sob seu comando. Refugiou-se sob um cajueiro e observou o estranho objeto elevar-se no céu, desaparecendo gradualmente.
Decidindo cancelar a viagem planejada, retornou para casa a fim de examinar a perna adequadamente. Ao fazê-lo, ficou chocado ao constatar que ela estava extremamente ferida, quase negra, como se tivesse sido completamente queimada.
No dia seguinte, a condição de sua perna piorou, apresentando bolhas e sinais aparentes de infecção que se desenvolviam rapidamente. Além disso, experimentou dores intensas no estômago e nas costas, enfrentando vários dias de diarreia intensa. Embora tenha se recuperado eventualmente, precisou utilizar muletas por quase três meses após o incidente.
Apesar da extrema gravidade do encontro de Soares, alguns dias antes, ocorreria um incidente ainda mais próximo.
Relatos pouco conhecidos de abdução por alienígenas no incidente da Ilha de Colares!
Os relatos menos discutidos talvez sejam os das aparentes abduções alienígenas que ocorreram em meio ao caos da onda de encontros. À 1h da madrugada de 10 de julho de 1977, José Benedito Bogea saiu de sua casa para pegar um ônibus.
No entanto, antes mesmo de chegar ao ponto de ônibus, sua noite tomaria um rumo drástico. Enquanto caminhava, ele avistou um objeto azul-esverdeado de brilho intenso pairando no meio da rua à sua frente. Bogea observou o objeto brilhante por vários segundos até que um estranho feixe de luz emergiu dele em sua direção.
Subitamente, percebeu estar em uma sala desconhecida. Ao seu redor, diversas criaturas pequenas pareciam ocupadas com suas tarefas. Então, várias dessas criaturas o agarraram e o conduziram para outro destino peculiar. Antes que pudesse compreender o que estava acontecendo, porém, despertou deitado no chão.
Já era manhã, por volta das 8h30, a vários quilômetros de distância, em São Luís. Experimentava uma dor intensa percorrendo o lado direito de seu corpo. Mesmo assim, iniciou a caminhada de volta para casa em Pinheiro, continuando a sentir dores e enfrentando certa dificuldade ao andar por várias semanas após o encontro.
Contudo, o local para onde foi levado e quem o conduziu permanecem envoltos em mistério. É improvável que seu encontro seja único na região durante esse período.
Destaca-se, no entanto, uma aparente cura misteriosa de sua visão parcial e dificuldade de audição. Pouco depois do incidente, Bogea notou que sua visão e audição haviam retornado completamente ao normal.
Avistamentos da fase da Baía do Sol
No início de agosto, os avistamentos e incidentes começaram a aumentar, culminando no envolvimento das forças militares brasileiras. Muitos desses avistamentos passaram a se concentrar na região do Salgado, repetindo-se de maneira quase idêntica aos ocorridos na área do Rio Gurupi durante o mês de julho.
Uma luz estranha que surgia distante em um momento e, no momento seguinte, aparecia em close. Geralmente, esses fenômenos eram seguidos por um feixe de luz paralisante que também provocava dor intensa. É nesse ponto que começamos a receber detalhes mais específicos dos relatos.
Durante o controle do raio laser inicial, um segundo raio emergia do próprio raio e atingia a testemunha em uma parte específica do corpo, como a perna ou o braço. Relatos locais indicam que foi por meio desse feixe secundário que essas entidades peculiares retiravam o sangue da pessoa.
O pânico na população local tornava-se tangível, levando outro prefeito, desta vez da cidade de Vigia, José Ildone Favacho Soeiro, a fazer uma declaração pública:
As pessoas estavam aterrorizadas porque esse feixe de luz noturna já havia agredido várias pessoas. Toda a comunidade estava reunida em apenas três casas, rezando, às vezes cantando algumas músicas religiosas!
Muitos dos avistamentos ocorridos nesse local nas últimas semanas de agosto e início de setembro tiveram desfechos trágicos, pelo menos de acordo com relatos locais. Uma mulher de 45 anos, que foi atacada por essas estranhas luzes brilhantes, veio a falecer apenas oito horas depois.
Outra tragédia ocorreu quando um pescador se deparou com os orbes brilhantes enquanto estava em seu barco, vindo a deteriorar-se e falecer vários dias depois.
O Chupa-Chupa – O sugador de sangue!
À medida que setembro se aproximava, as Ilhas Colares eram inundadas por esses estranhos avistamentos. A discussão sobre o Chupa-Chupa tornou-se subitamente intensa entre os habitantes locais. A maioria dos encontros apresentava notável semelhança: objetos luminosos surgindo nos céus em altitudes cada vez mais baixas.
Geralmente, disparavam raios de luz verde que paralisavam ou deixavam as pessoas inconscientes. O aspecto mais peculiar era que muitos encontravam marcas estranhas em seus corpos, alimentando a genuína crença de que os OVNIs, seja lá o que fossem, haviam retirado uma quantidade significativa de seu sangue.
Um avistamento em particular envolveu o pescador Manoel João de Oliveira, de 44 anos, que, juntamente com vários colegas, testemunhou um objeto em forma de guarda-chuva pairando sobre a praia de Rio Novo enquanto se dirigiam aos seus barcos de pesca. Não havia nenhum som emitido pela peculiar nave. Em seguida, uma estranha luz branca emanou da parte inferior da nave antes de ela se afastar das testemunhas.
Para onde quer que você se voltasse, um morador teria um relato para compartilhar. Sebastião Vernek Miranda, por exemplo, afirmou:
Eu estava lá com minha esposa, Palmira, em frente à igreja na orla marítima, quando, por volta das 20h, vimos uma luz “alaranjada” intensamente vívida vindo do mar em direção à cidade. Ao se aproximar, ela subiu e, em seguida, movendo-se rapidamente, desapareceu em direção à parte interna da ilha!
Em outro episódio, três mulheres foram atingidas no peito por feixes estranhos enquanto caminhavam para casa. Isso resultou em “uma intensa tensão nervosa” para as três, acompanhada de “constantes choques elétricos”.
Aumento do número de contas bizarras
Possivelmente, um encontro ainda mais peculiar foi o de Carlos Cardoso de Paula, de 49 anos. Ele relatou que estava fumando um cigarro em sua rede quando uma “bola de fogo” surgiu repentinamente e invadiu sua casa. Descreveu essa esfera estranha como “dando voltas e voltas no quarto” antes de finalmente parar em sua perna. Ele afirmou:
“Então, comecei a me sentir fraco e sonolento. Meu cigarro caiu da minha mão, e eu acordei dando um grito!”
Enquanto gritava devido à dor causada pela queda do cigarro, a esfera brilhante desapareceu da sala. Carlos acreditava que a esfera estava “procurando uma veia em meu corpo”, mas não teve sucesso.
Raimundo Costa Leite, um respeitado reparador de redes de pesca, também teve um encontro estranho com essas luzes misteriosas. Certa manhã, por volta das 4 horas, ele e seu amigo Baixinho (nome verdadeiro, Orivaldo Malaquias Pinheiro) estavam pescando na praia do Cajueiro. Subitamente, seu amigo exclamou “lá está ele!” e correu com medo.
Quando Raimundo olhou para cima, avistou um objeto, aproximadamente do tamanho de um helicóptero, que não emitia som algum. Enquanto observava, um tipo de holofote emergiu da nave, realizando movimentos de varredura na praia.
Ele descreveu a luz como “azulada, meio fria”, iluminando o solo sob ela. Repentinamente tomado pelo medo, virou-se e correu em direção ao amigo. Conseguiram evitar serem detectados, e a nave continuou em direção ao interior, afastando-se deles.
Por volta da mesma época do relato acima, outro encontro intrigante se desenrolou. O que o torna notável é a alegação de que havia ocupantes dentro da nave brilhante.
A visão do ocupante de Claudomira Paixao
Na noite de 18 de outubro de 1977, Claudomira Paixão tornou-se testemunha do aparente Chupa-Chupa. No entanto, o que tornou seu encontro notável na região foi a alegação de ter avistado ocupantes dentro da nave.
Ela relatou ter despertado em uma noite com uma estranha luminosidade verde sobre sua casa. Ao ficar completamente desperta, a luz mudou para vermelha. Foi então que percebeu que a luz estava tocando seu rosto. Mais tarde, declarou:
Pude ver uma criatura, parecida com um homem, vestindo um macacão igual ao de um mergulho. Ele apontou para mim, e o objeto brilhou três vezes, atingindo meu peito nas três ocasiões, quase no mesmo lugar, estava quente, me feriu, parecia que eu tinha agulhas espetadas nos três pontos. Eu estava apavorado, não conseguia mexer minhas pernas!
Após o incidente, ela começou a experimentar intensas dores de cabeça e uma sensação geral de fraqueza que perdurou por vários dias. Além disso, descobriu marcas de queimadura em seu peito.
O aspecto mais peculiar era que essas marcas consistiam em três pequenos círculos dispostos em formato triangular. Mais tarde, ao examinar as marcas de queimadura, ela descreveu a sensação como “quente e dolorosa, semelhante a uma picada de agulha”.
Intervenção Militar – Operação Prato
A atividade tornou-se tão intensa que, no final de outubro de 1977, a Força Aérea Brasileira estabeleceu o Comando Aéreo Regional (COMAR) na ilha. Além disso, logo deu início à Operação Prato, sendo o Capitão Uyrange Bolivar Soares Nogueira de Hollanda Lima designado para liderar as pesquisas militares.
Sua presença, em parte, revelou-se altamente benéfica para os habitantes das Ilhas Colares. Eles forneceram, por exemplo, apoio psicológico aos que enfrentavam os efeitos posteriores dos avistamentos e encontros.
Além disso, para a pesquisa de OVNIs, conseguiram capturar centenas de fotos dessas naves inexplicáveis, juntamente com quatro filmes de vídeo distintos sobre a atividade peculiar. Segundo os moradores locais, foram instalados vários dispositivos técnicos ao longo da orla da praia.
O pessoal militar ficou surpreso com as exibições extraordinárias. Relatos indicavam que o brilho das luzes assemelhava-se às iluminações de grandes eventos esportivos. Além disso, afirmavam que essas luzes eram “sempre bem definidas e direcionadas com perfeita precisão para qualquer alvo”.
Surpreendentemente, até mesmo os helicópteros militares estavam sujeitos a essas luzes inexplicáveis. Em uma ocasião, um helicóptero militar foi forçado a aterrissar. Embora não haja explicação oficial disponível, uma moradora local, Alba Camara Vilhena, afirmou ter testemunhado o incidente.
Ela notou uma nave estranha no céu, “redonda e totalmente luminosa”, e pouco depois, um helicóptero militar se aproximou dela. Ela continuou:
Posteriormente, presenciamos a nave não identificada emitir um feixe extremamente poderoso em direção ao helicóptero, forçando-o a fazer um pouso no aeródromo de São Pedro!
Contudo, uma certeza persiste: o grupo militar abordaria os eventos que estavam ocorrendo com a máxima seriedade.
“Havia um estrangeiro entre eles!”
O professor Raimundo Sebastião Aranha assegurava que o interesse dos militares nos avistamentos era genuíno e significativo. Durante o período dos avistamentos, ele recebia numerosos pedidos de informações sobre as lendas do Chupa-Chupa.
Além disso, recordava-se da presença abundante de armamentos e equipamentos militares, incluindo transmissores de rádio, câmeras, filmadoras, óculos especializados, veículos militares, tanques e helicópteros.
De forma enigmática, sugeriu que suspeitava da presença de “um estrangeiro entre eles”, sem oferecer mais detalhes, embora não fosse difícil imaginar que essa presença estrangeira pudesse ser americana.
A operação perduraria até janeiro de 1978. Nesse intervalo, além de capturar fotografias e vídeos dos incidentes, os militares entrevistaram centenas de moradores sobre seus encontros. Notavelmente, alguns relatos mencionavam avistamentos dessas naves misteriosas “mergulhando ou emergindo das águas da Baía de Marajó”.
Apesar de sua presença na região ter se encerrado em janeiro, a investigação prosseguiu por mais quatro meses, até maio de 1978, mantendo-se em caráter privado. Vale ressaltar que os militares brasileiros mantiveram confidenciais suas descobertas, sendo somente em 2005, por meio de solicitações de liberdade de informação, que os documentos completos foram liberados ao público.
Entre os detalhes suprimidos, estava o fato de muitas vítimas terem sofrido queimaduras graves e que pelo menos duas mortes ocorreram (um número ainda em debate). Na perspectiva de Hollanda, os OVNIs estavam “coletando amostras de sangue”.
Evidências de que o encobrimento estava em andamento
Embora a presença militar tenha se encerrado em janeiro de 1978, os encontros inexplicáveis persistiram até o final do ano. Em maio daquele ano, por exemplo, um jornalista e um fotógrafo estavam na região, acompanhando os eventos para uma matéria. Naquela noite específica, sob uma forte chuva, foram despertados por um “poderoso feixe de luz”. Surpreendentemente, essa luz “penetrava a estrutura metálica do teto do veículo”.
Ambos decidiram sair do carro para investigar o fenômeno. Testemunharam um “feixe de luz em formato de tubo” com cerca de 25 centímetros de diâmetro. Posteriormente, um dos dois recordou:
Ele estava descendo de cima para o teto do carro e passando pelo painel de metal. Em outra ocasião, o OVNI emitiu um feixe de luz tão intenso que quebrou o para-brisa!
Apesar dos avistamentos persistentes, à medida que os relatos se tornavam mais amplamente conhecidos, surgiam narrativas sugerindo que essas ocorrências podiam ser simplesmente “balões meteorológicos” ou “satélites secretos”.
Essas explicações eram recebidas com indignação pelos moradores locais, que haviam vivenciado quase um ano de terror com esses avistamentos intensificados. Os pesquisadores de OVNIs também descartaram essas interpretações, especialmente aqueles que haviam dedicado um tempo considerável ao estudo do fenômeno.
Para eles, parecia que um encobrimento estava em andamento, uma percepção que se fortalece ao examinarmos os comentários da pessoa encarregada da operação militar no local, vinte anos após os eventos.
Entrevista com o Capitão Uyrange Bolivar Soares Nogueira de Hollanda Lima
Encerrando a análise desse notável incidente, destaca-se uma entrevista concedida pelo Capitão Hollanda quase exatamente vinte anos após os eventos, aos pesquisadores de OVNIs José Gevaerd e Marco Antonio Petit.
Ele compartilhou que inicialmente abordou o incidente com o objetivo de encontrar uma explicação lógica para os avistamentos. Do ponto de vista da força aérea, a necessidade de identificar potenciais ameaças nos céus motivou essa investigação. “No começo”, recordou, “tudo o que eu queria era a confirmação de que os eventos estavam acontecendo”.
Contudo, ao testemunharem os eventos bizarros, perceberam de imediato alguns padrões intrigantes. Hollanda mencionou que uma das observações iniciais foi a proporção de vítimas, sendo oito mulheres para duas homens a cada dez pessoas na aldeia.
Além disso, notou que as mulheres apresentavam lesões nas regiões do peito, provocadas pelas estranhas vigas, enquanto os homens, nos braços. A relevância dessas anotações permanece em aberto para discussão.
Hollanda afirmou que, apesar da abundância de relatos e de suas próprias experiências, a hipótese de atividade extraterrestre ainda não ocupava o topo de sua lista de possibilidades.
Ao comentar sobre o relato da mulher, Hollanda declarou:
Então, deitada na rede, ela viu que as telhas começaram a ficar coloridas. Depois disso, elas se tornaram transparentes e ela podia ver através do telhado. Era como se as telhas tivessem se transformado em vidro. Ela viu o céu e até as estrelas!
Quando questionado sobre a frequência de relatos tão extraordinários, ele afirmou que eram “bastante comuns e isso me preocupava muito”. Ele prosseguiu descrevendo que a mulher relatava avistar uma luz verde no céu, seguida por uma luz vermelha descendente em direção ao seu seio esquerdo.
Estranhos padrões de ataques e o “suicídio” do capitão Hollanda
Esse último detalhe foi mais um aspecto que chamou a atenção de Hollanda durante o incidente. O fato de o feixe sempre atingir o seio esquerdo (no caso de uma mulher), o braço ou a perna esquerda é uma observação intrigante.
Se considerarmos que o propósito desses ataques aos habitantes das Ilhas Colares era extrair sangue de suas vítimas, será que o lado esquerdo dos ataques está relacionado à localização do coração no lado esquerdo do corpo?
Ele também revelou que, embora os médicos militares examinassem, registrassem e analisassem as queimaduras e ferimentos, não forneciam tratamento. Algumas vítimas se recuperavam relativamente rápido, enquanto outras levavam mais tempo para se restabelecer. No entanto, todos que entravam em contato com esses artefatos luminosos peculiares acabavam desenvolvendo algum tipo de enfermidade.
Sua próxima declaração sugere a possibilidade de algum projeto secreto do governo. Ele afirmou:
Parece que a natureza dessa luz era a de uma energia muito forte que deixava as pessoas paralisadas. Acredito que as autoridades federais foram informadas sobre esse tipo de ataque a seres humanos que estava ocorrendo na região, mas não tenho conhecimento de nenhum teste. Só recebo ordens do meu comandante. Nada mais!
Tão intrigantes quanto a entrevista que Hollande concedeu em outubro de 1977 foram os eventos que se desenrolaram posteriormente. Menos de três meses após a entrevista, o corpo de Hollande foi encontrado.
Oficialmente, e sem qualquer nota de suicídio ou motivo aparente, ele se enforcou usando seu cinto. Como se pode imaginar, há quem questione a hipótese de suicídio. Para alguns, fica evidente que Hollande foi vítima de assassinato, talvez como um aviso para qualquer outra pessoa que considerasse dar entrevistas semelhantes.
Pesquisa bioquímica extraterrestre ou experimentos militares ultrassecretos?
O que podemos concluir sobre esses encontros extraordinários de 1977 e 1978? Se os pesquisadores que sugerem que a morte de Hollande foi um assassinato, e não um suicídio, estiverem corretos, qual é a amplitude e a importância desse caso?
Será que essa onda de avistamentos era realmente causada por visitantes extraterrestres coletando amostras de sangue da população local? Se sim, por que houve um foco aparente em amostras de sangue feminino? Poderia estar relacionado às teorias que sugerem que esses encontros com alienígenas e eventos de abdução estão ligados a um projeto de hibridização envolvendo DNA humano e alienígena?
Outra possibilidade seria a de que os eventos eram parte de um experimento militar. Um experimento conduzido sob o disfarce de um ataque bizarro de OVNI. Essa estratégia poderia ter proporcionado à unidade militar o disfarce necessário para estabelecer uma presença na ilha e continuar seus experimentos a partir do solo.
A referência à “presença estrangeira” na unidade militar poderia significar um estrangeiro não militar ou, de fato, indicar a presença de um cidadão estrangeiro em uma unidade militar brasileira.
Independentemente do que realmente ocorreu, seja de natureza militar ou extraterrestre, os ataques parecem ter sido meticulosamente planejados e intencionais. Até mesmo a aparente tentativa de atacar muitas vítimas enquanto dormiam sugere uma cuidadosa preparação.
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Embora não existam provas definitivas da remoção de sangue, os testes indicaram atividade nesse sentido ao mostrar níveis reduzidos de hemoglobina nos hemogramas das pessoas atacadas.
Confira o vídeo abaixo para uma análise mais aprofundada do incidente, incluindo diversas fotografias registradas pelos militares.