Astrônomos recentemente testemunharam uma fascinante exibição nos confins do nosso sistema solar: uma aurora peculiar a dezenas de milhares de quilômetros acima de uma misteriosa mancha no Sol.
Essa descoberta, apresentada em um estudo publicado na revista Nature Astronomy, revela um novo tipo de emissão de rádio que compartilha notáveis semelhanças com o espetáculo luminoso da aurora boreal, frequentemente observado na Terra.
O estudo, liderado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, descreve percepções inéditas sobre as intensas explosões de radiação solar. Sijie Yu, coautor do estudo, enfatizou a singularidade dessas emissões, destacando que diferem significativamente das explosões de rádio solares transitórias, que costumam ser breves, durando minutos ou horas.
“É uma descoberta empolgante que tem o potencial de alterar nossa compreensão dos processos magnéticos estelares”, afirmou Yu.
Ao contrário das auroras terrestres, alimentadas por atividades solares que perturbam a magnetosfera da Terra, as emissões solares recém-observadas ocorreram durante a formação temporária de vastas regiões de manchas solares. Essas áreas, caracterizadas por campos magnéticos particularmente fortes na superfície solar, proporcionaram um ambiente propício para a ocorrência dessas emissões de rádio.
"O Dr. Yu explicou que, enquanto as auroras terrestres emitem rádio em frequências da ordem de algumas centenas de quilohertz (kHz), as emissões solares ocorreram em faixas que variam de centenas de milhares de kHz a aproximadamente 1 milhão de kHz. Essa disparidade é atribuída ao campo magnético das manchas solares, milhares de vezes mais forte que o da Terra.
Surpreendentemente, as explosões de rádio não parecem estar diretamente ligadas às erupções solares tradicionais. Em vez disso, observou-se que a emissão esporádica de erupções em regiões próximas impulsiona elétrons energéticos em direção às manchas solares. Essas explosões, por sua vez, alimentam as extraordinárias emissões de rádio.
Os cientistas expressaram a ambição de investigar se algumas das explosões solares registradas anteriormente poderiam ser instâncias dessa recém-identificada emissão. Essa análise é crucial para determinar se o modelo observado nas manchas solares pode ser aplicado a outras estrelas com manchas estelares, uma vez que algumas características se assemelham às observadas em outros planetas e estrelas distantes.
Bin Chen, outro autor do estudo, concluiu destacando a relevância dessa descoberta para expandir nossa compreensão do cosmos, sugerindo que esse modelo recém-descoberto poderia ser potencialmente aplicável a outras estrelas com características semelhantes.
Essa revelação promissora desvenda um novo capítulo na exploração dos mistérios do Sol e abre portas para a compreensão de fenômenos estelares em regiões distantes do universo.