O cenário global da inovação está passando por mudanças notáveis, com três grupos chineses de ciência e tecnologia figurando entre os cinco primeiros em um índice global de inovação, conforme publicado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO).
Essa classificação coloca a China à frente dos Estados Unidos em termos de clusters tecnológicos, refletindo a crescente influência do Leste Asiático no mundo da ciência e tecnologia.
A Ascensão da China nos Clusters de Ciência e Tecnologia
O relatório da WIPO revelou que a China agora lidera com 24 clusters de ciência e tecnologia entre os 100 primeiros, superando os 21 dos Estados Unidos. Esses clusters são avaliados com base em vários indicadores, como o número de inventores, pesquisadores, artigos científicos publicados e patentes registradas.
Destaca-se o desempenho impressionante do cluster de Shenzhen-Hong Kong-Guangzhou, responsável por 8,2% dos pedidos globais de Patente de Cooperação de Tratados (PCT) e 1,9% das publicações de artigos científicos. A capital chinesa, Pequim, lidera globalmente em publicações de artigos científicos, com 3,7% do total.
"Tóquio-Yokohama, no Japão, manteve seu status de primeiro lugar, com quase 11% dos pedidos de PCT e 1,6% das publicações de artigos científicos. Esses números demonstram a forte presença asiática no campo da inovação.
Inovação e Proteção Internacional
Um fator importante a ser destacado é a influência do Tratado de Cooperação de Patentes na ascensão de alguns clusters, como Suzhou-Shanghai, que experimentou um aumento devido ao aumento de registros sob esse tratado, oferecendo proteção em mais de 150 países. Isso ressalta a importância da colaboração internacional na promoção da inovação.
O Papel Crítico dos Clusters Tecnológicos
Daren Tang, diretor geral da WIPO, enfatizou que os clusters de tecnologia científica são componentes cruciais para o desempenho da inovação em qualquer economia. E esse desempenho está se traduzindo em números impressionantes, com a China liderando o aumento na produção científico-tecnológica, registrando um aumento médio de 12,1%. Hefei e Qingdao, em particular, demonstraram um crescimento excepcional de 21,6% e 19,4%, respectivamente.
Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar desses avanços notáveis, a China ainda não figura entre as dez maiores economias em termos de intensidade de tecnologia científica, levando em consideração sua população. A maioria dos líderes nessa métrica está localizada na Europa e nos Estados Unidos, com Cambridge, na Grã-Bretanha, ocupando a primeira posição.
No entanto, a trajetória ascendente da China e de outros países asiáticos é inegável, e é importante observar que economias de renda média, como a Índia, também apresentam forte crescimento em inovação tecnológica. Por outro lado, quase 40% das economias de alta renda experimentaram uma redução em sua produção científico-tecnológica.
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Conclusão
A recente classificação da China à frente dos Estados Unidos em termos de clusters de ciência e tecnologia no índice global de inovação da WIPO marca um marco significativo no cenário da inovação global. Isso reflete não apenas a ascensão da China, mas também a crescente influência do Leste Asiático como um polo de inovação tecnológica.
A inovação é um componente vital para o progresso econômico e social, e a competição entre nações nesse campo está se intensificando. A China está claramente determinada a desempenhar um papel de destaque nesse cenário, e seu crescimento na produção científico-tecnológica é um testemunho disso. No entanto, o caminho à frente também traz desafios, e é importante acompanhar de perto como essas tendências se desenvolvem e como os países podem colaborar para promover a inovação global.