Os cientistas Zhuoran Geng e Ilari Maasilta, do Centro de Nanociência da Universidade de Jyvaskyla, trouxeram à luz um fenômeno notório, revelando que, em determinadas circunstâncias, pode ser transmitido o som através do vácuo.
No âmago de sua investigação reside o conceito de “tunelamento” das ondas sonoras por meio de um vácuo, desde que os sólidos presentes em ambos os lados sejam de natureza piezoelétrica.
Para aqueles menos familiarizados com o termo, os materiais piezoelétricos possuem a singular capacidade de gerar uma carga elétrica em resposta ao estresse mecânico, tal como as ondas sonoras.
O campo elétrico resultante dessas vibrações pode permear um vácuo, permitindo efetivamente a transposição das ondas sonoras.
Entretanto, tal prerrogativa não autoriza de modo absoluto que qualquer onda sonora se propague pelo espaço. O fenômeno de tunelamento está atrelado à condição de que o vácuo seja menor que o comprimento de onda da própria onda sonora.
"Constatou-se que tal fenômeno não se restringe meramente à faixa de frequência auditiva (Hz-kHz), sendo também observável em frequências ultrassônicas (MHz) e hiper-sônicas (GHz), à medida que o tamanho do vácuo é reduzido de forma proporcional ao incremento das frequências.
O Professor Ilari Maasilta, ao explanar sobre a importância das descobertas, enfatizou que, embora em muitos casos o efeito seja sutil, também se depararam com situações em que a totalidade da energia da onda transpõe o vácuo com uma eficiência de 100%, sem qualquer reflexão.
Essa constatação transcende o âmbito da curiosidade acadêmica, uma vez que suas aplicações práticas possuem o potencial de influenciar setores dependentes de sistemas microeletromecânicos (ou MEMS, comumente encontrados em tecnologia de smartphones).
Além disso, tal fenômeno poderia desempenhar um papel preponderante no controle térmico de diversas tecnologias.
A pesquisa inovadora conduzida pela equipe do Centro de Nanociência foi generosamente subsidiada pela Academia da Finlândia e pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia.
Aqueles que buscam uma compreensão mais aprofundada dos detalhes dessa descoberta podem fazê-lo por meio da leitura completa do estudo publicado na revista Communications Physics.