Um ano após a obtenção do que foi considerado o maior avanço na terapia contra o câncer em mais de 50 anos, o paciente continuava a apresentar proteção imunológica proporcionada por células T aprimoradas, conhecidas como células T assassinas.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, descobriu que essas células T especiais possuem uma maior capacidade de reconhecimento e ataque aos tumores em comparação com as células T convencionais.
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Além disso, elas demonstraram a habilidade de combater diversos tipos de câncer simultaneamente.
Os resultados surpreenderam os pesquisadores, pois até então, não se sabia que as células T individuais poderiam identificar células cancerosas através de várias proteínas associadas ao câncer simultaneamente.
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Essa descoberta surgiu da busca por entender como alguns pacientes com câncer em estágio terminal, que haviam sido submetidos à terapia com linfócitos infiltrantes de tumor (TIL), conseguiram eliminar o câncer.
"A terapia com TIL tem emergido ao longo da última década como uma poderosa abordagem para erradicar tumores em estágios avançados.
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Nesse tratamento, glóbulos brancos do próprio paciente são retirados diretamente do tumor e, em seguida, são artificialmente cultivados e aprimorados para melhor atacar o câncer.
Essa terapia tem apresentado resultados positivos em mais de 80% dos casos em testes clínicos.
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Apesar do sucesso observado, os cientistas ainda não compreendem totalmente o mecanismo de ação celular da terapia TIL.
Os pesquisadores da Universidade de Cardiff têm se dedicado a esse esforço há anos e recentemente alcançaram um avanço significativo.
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Ao analisar os resultados de ensaios clínicos de fase I e II, nos quais 31 pacientes com melanoma maligno foram submetidos à terapia TIL, eles constataram que os pacientes que alcançaram a remissão do câncer ainda apresentavam respostas robustas das células T após mais de um ano.
Essas células T de pacientes remitentes demonstraram ser notavelmente “multifacetadas”, o que sugere um potencial para responder a diversos tipos de câncer, não apenas ao melanoma.
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É importante ressaltar que essa característica de células T multifacetadas foi encontrada no sangue de sobreviventes de câncer, enquanto não foi identificada em pessoas cujo câncer progrediu.
Para corroborar essas descobertas, os pesquisadores planejam investigar, em laboratório, as células T multifacetadas combatendo o câncer.
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Dessa forma, será possível determinar se essas células imunológicas são responsáveis pelos resultados excelentes obtidos com a terapia TIL.
Um dos principais autores do estudo, o imunologista Garry Dolton, da Universidade de Cardiff, manifestou a esperança de que as células T multifacetadas projetadas possam ser utilizadas para tratar uma ampla gama de cânceres, de forma similar ao que já ocorre com as células CAR-T, terapias com receptores de antígenos quiméricos aprovadas para o tratamento de cânceres sanguíneos pelo US Food and Drug Advisory.
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Embora os números de pacientes estudados ainda sejam limitados, existe a possibilidade de que as células T multifacetadas estejam associadas à remissão completa ou à eliminação do câncer.
Contudo, mais pesquisas são necessárias para consolidar e expandir essas descobertas promissoras.
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O estudo foi publicado na Cell.