Dentre as revelações arqueológicas, foram identificados fragmentos de relevos com inscrições alusivas a um monarca até então desconhecido, cujo nome é Sanakht.
Quem foi o arqueólogo que encontrou o Faraó Gigante?
John Garstang foi um proeminente arqueólogo britânico que viveu de 1876 a 1956. Sua notável carreira acadêmica concentrou-se no Oriente Médio, com enfoque especial nas regiões da Palestina, Síria e Turquia.
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Inicialmente, Garstang atuou como assistente no Egypt Exploration Fund, e posteriormente desempenhou o papel de professor de arqueologia na Universidade de Liverpool.
Seu trabalho desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arqueologia na região do Oriente Médio, e sua contribuição é reconhecida como altamente influente no campo do estudo das civilizações antigas do Oriente Próximo.
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Em um marco significativo, em 1901, John Garstang realizou uma descoberta pioneira da Mastaba de Sanakht, localizada próxima a Girgeh, no Alto Egito.
"O que foi encontrado na Mastaba K2?
Dentre os artefatos descobertos na Mastaba, foram identificados fragmentos de um sarcófago em granito vermelho e uma estela funerária em calcário, ambos exibindo inscrições com o nome de Sanakht.
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A estela retrata o Faraó fazendo oferendas a diversas divindades.
Ela contém uma inscrição que descreve Sanakht como “Aquele que une as Duas Terras” (representando a unificação do Alto e Baixo Egito).
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O Gigante na Mastaba
Os arqueólogos encontraram, adicionalmente, os restos mortais de um indivíduo no interior da tumba, porém, algo incomum chamou a atenção em relação a esses achados.
Mediante uma análise minuciosa, constatou-se que os ossos exibiam dimensões significativas.
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Os remanescentes esqueléticos mediam mais de 1,87 m de altura, o que representava uma estatura 20 cm acima da média observada em egípcios pré-históricos e posteriores.
Essa estatura o tornava ainda mais alto do que Ramsés II, cuja altura era de apenas 175 cm.
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Quem foi o Faraó Sanakht?
O Faraó Sanakht (também escrito como Nebka ou Hor-Sanakht) foi um monarca que governou durante a Terceira Dinastia do antigo Egito, por volta de 2700 a.C.
O período de governo de Sanakht foi notavelmente breve, e sua importância na história egípcia carece de um conhecimento mais abrangente.
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Existem indicações de que ele possa ter sido o sucessor do Faraó Djoser, conhecido por comissionar a construção da primeira pirâmide no Egito, localizada em Saqqara.
Saqqara é reconhecida por abrigar o mais antigo conjunto de edificações em pedra completas conhecido na história.
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Uma mastaba (um tipo de túmulo do antigo Egito) em Saqqara foi identificada como possivelmente pertencente a Sanakht.
Sanakht era realmente um gigante?
Francesco M. Galassi, da Universidade de Zurique, e seus colegas sustentam que a estatura incomum de Sanakht resultou de gigantismo.
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Esqueletos anteriores foram diagnosticados com acromegalia, uma condição cuja causa é semelhante à do gigantismo.
A acromegalia manifesta-se na idade adulta, enquanto o gigantismo ocorre na infância.
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O gigantismo é uma condição extremamente rara que ocorre quando uma criança ou adolescente possui altos níveis de hormônio de crescimento em seu organismo, resultando em um crescimento excessivo.
Os restos esqueléticos de Sanakht foram encontrados sepultados com honras em uma tumba de elite.
Contudo, é interessante notar que, historicamente, o gigantismo esteve associado à marginalização social no antigo Egito e em outras épocas.
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Entretanto, uma nova análise indicou que Sanakht não sofria dessa condição. Ele era simplesmente um indivíduo notavelmente alto.
Qual era a origem de Sanakht?
Estudiosos têm proposto que as proporções dos ossos longos de Sanakht apontam para uma afinidade com pessoas de ascendência subsaariana.
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Alguns arqueólogos defendem a teoria de que o Faraó Sanakht possuía origem núbia (sudanesa do sul), o que poderia explicar sua notável estatura elevada.
Quem eram os Núbios?
Evidências arqueológicas apontam que o Vale do Nilo, abrangendo a região que é hoje o Sudão do Sul, foi habitado por seres humanos desde o período Paleolítico, há mais de 2 milhões de anos.
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Ao longo do tempo, várias comunidades migraram para a região, entre elas os núbios e outras etnias provenientes das áreas vizinhas.
Os núbios, que ocuparam o Vale do Nilo nas atuais regiões norte do Sudão e sul do Egito, exerceram uma notável influência na cultura e na história do antigo Egito.
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Núbios e egípcios tiveram uma intensa interação ao longo de sua história compartilhada, trocando mercadorias, ideias e práticas culturais.
Os núbios eram conhecidos por sua habilidade na agricultura, metalurgia e comércio, e estabeleceram diversos reinos poderosos na região, incluindo o Reino de Cuxe (ou Kush).
Por que as pessoas do Sudão do Sul são altas?

As pessoas do Sudão do Sul são notáveis por sua estatura excepcional, apresentando uma altura média de aproximadamente 1,88 metros, o que as torna o grupo populacional mais alto do mundo.
Essa característica contrasta significativamente com a média global de altura masculina, que é cerca de 1,70 metros.
As razões para essa marcante estatura são complexas e envolvem uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Uma hipótese plausível para a elevada estatura das pessoas do Sudão do Sul reside em questões genéticas.
Pesquisas recentes identificaram certas variantes genéticas que parecem estar correlacionadas com o aumento da estatura, e algumas dessas variantes podem ser mais prevalentes na população sul-sudanesa.
Além disso, é relevante destacar que as pessoas do Sudão do Sul representam um grupo extremamente diversificado, composto por uma ampla variedade de etnias e origens culturais, e os fatores genéticos e ambientais podem variar entre esses subgrupos, contribuindo para as diferenças observadas na estatura.

Outro fator que pode contribuir para a estatura excepcional das pessoas do Sudão do Sul é o ambiente regional.
Essa região é caracterizada por altos níveis de exposição solar e calor, o que pode influenciar o desenvolvimento dos ossos longos.
Ademais, a dieta tradicional do povo sul-sudanês é rica em proteínas e outros nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento, o que também pode ser um fator contribuinte para sua impressionante estatura.
Atualmente, o povo Dinka, de origem sul-sudanesa, é reconhecido como o mais alto da África.
Os homens apresentam uma altura média de 1,83 metros, enquanto as mulheres possuem uma média de 1,78 metros.
A estatura do Faraó Sanakht pode ter sido influenciada tanto por fatores genéticos quanto ambientais.
A notável altura das pessoas do Sudão do Sul oferece uma possível explicação para as características físicas notáveis do Faraó Gigante.