Os biólogos evolucionistas são frequentemente confrontados com a indagação: “Se os seres humanos evoluíram a partir dos macacos, por que ainda existem macacos?”.
Alternativamente, pode-se questionar por que não há indivíduos que sejam meio-chimpanzés e meio-humanos, evidenciando a transição dos macacos primitivos para o Homo sapiens.
Contudo, essas questões são carregadas de suposições e concepções equivocadas sobre o funcionamento da evolução.
A compreensão fundamental reside no reconhecimento de que a evolução não ocorre de maneira linear.
A ilustração amplamente conhecida de um chimpanzé curvado ao lado de um primata ereto, seguido por um ser humano empunhando uma lança, constitui uma forma altamente enganosa de conceber a situação.
"Uma abordagem mais apropriada para pensar na evolução, especialmente na evolução humana, é entender que somos primos dos chimpanzés e de outros grandes primatas, e não seus descendentes diretos.
Na Árvore da Vida, o ramo evolutivo que representa os seres humanos divergiu dos chimpanzés há milhões de anos. Não evoluímos diretamente dos chimpanzés em um caminho linear, nem de qualquer outro grande primata ou macaco que ainda exista nos dias de hoje.
Em vez disso, tanto os seres humanos quanto os chimpanzés evoluíram a partir de um ancestral comum que viveu aproximadamente entre 6 e 7 milhões de anos atrás.
Esse ancestral, atualmente extinto, passou por mudanças evolutivas graduais ao longo do tempo em resposta a diferentes pressões e, eventualmente, deu origem às duas espécies conhecidas como Homo sapiens e chimpanzés.
Lamentavelmente, não foram encontrados restos físicos conclusivos do último ancestral comum, uma vez que o registro fóssil é fragmentado (essa limitação se aplica a toda a vida na Terra).
No entanto, temos conhecimento da existência desse ancestral comum, pois os seres humanos e os chimpanzés compartilham surpreendentes 98,8% de seu DNA.
Esses dois ramos evolutivos – o humano e o dos chimpanzés – são mais bem compreendidos como sub-ramos que se conectam a um outro ramo, do qual surgem outros sub-ramos que representam os demais grandes primatas, também conhecidos como hominídeos, tais como bonobos, gorilas e orangotangos.
Na base desse ramo, encontramos outro ancestral comum que nos conecta ao restante da família dos macacos.
Ao ampliarmos ainda mais a representação dessa árvore genealógica, nos deparamos com o ramo dos grandes primatas que, eventualmente, se une a outro ramo separado, simbolizando o ancestral comum dos macacos.
A separação entre os grandes primatas e os macacos ocorreu há cerca de 25 milhões a 30 milhões de anos.
Ao longo de milhões de anos, o ancestral comum extinto, localizado na base desse ramo, evoluiu e deu origem a uma variedade de espécies distintas.
Caso persista alguma confusão, uma abordagem útil para responder a essa questão é a seguinte:
“Não é correto afirmar que os seres humanos descendem dos macacos e que os macacos descendem dos macacos, assim como não é correto afirmar que você descende de seus irmãos que, por sua vez, descendem de seus primos. Ninguém perguntaria: ‘Se você evoluiu do seu primo, por que seu primo ainda está aqui?’ A pergunta ‘se os humanos evoluíram dos macacos, por que ainda existem macacos?’ é igualmente absurda para um biólogo evolucionista”, escreveram William Eric Meikle e Eugenie C. Scott em um artigo de 2010 publicado na revista Evolution: Education and Outreach.
Compreender essa ideia pode ser complexo e ainda mais desafiador de explicar verbalmente, porém é mais fácil demonstrá-la por meio de ilustrações que evidenciam a separação desses ramos, conforme exemplificado na ilustração acima.