Cientistas identificaram uma manifestação acústica de origem enigmática proveniente do buraco negro supermassivo situado no centro da Via Láctea.
Uma equipe de pesquisadores na França estima que esse peculiar som tenha sido gerado aproximadamente há 200 anos, quando o referido buraco negro saiu de um estado de inatividade.
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Segundo investigadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), esse fenômeno acústico denota um período de intensa atividade no qual o buraco negro em nossa galáxia consumiu grandes quantidades de gás e poeira.
As partículas foram atraídas em direção ao horizonte de eventos do buraco negro, um ponto irremediável do qual nem mesmo a luz pode escapar.
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À medida que o colossal buraco negro absorvia esse material, ocorreram rajadas brilhantes de raios-X, resultando em ecos que podem ser transpostos para ondas sonoras aqui na Terra.
"O Dr. Frederic Marin, autor correspondente afiliado à Universidade de Estrasburgo, elabora que essa descoberta oferece evidências acerca de um despertar prévio dessa entidade colossal – um objeto com uma massa quatro milhões de vezes superior à do Sol.
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Isso traz à tona uma nova perspectiva sobre o ambiente enigmático e dinâmico dos buracos negros supermassivos, que se encontram em regiões extremamente densas no centro das galáxias. Esses buracos negros exercem uma atração gravitacional imensamente poderosa, atraindo qualquer gás e poeira ao seu redor.
Sagitário A* (Sgr A), o buraco negro supermassivo situado no centro de nossa própria galáxia, encontra-se a uma distância de meros 26.000 anos-luz.
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O Dr. Marin esclarece que sua pesquisa revela a ausência de evidências que comprovem que os raios-X provenientes de nuvens moleculares gigantes se originam da reflexão de uma explosão intensa, porém de curta duração, ocorrida em ou próximo a Sgr A.
Essa descoberta contribui para o nosso entendimento da atividade histórica que ocorreu no núcleo de nossa galáxia.
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Sgr A*, um dos raros buracos negros nos quais o fluxo de matéria pode ser observado, apresenta desafios no seu estudo devido à sua capacidade de absorver toda a luz ao seu redor.
Por décadas, cientistas têm buscado sinais de atividade provenientes de buracos negros. O Dr. Marin utiliza uma metáfora para ilustrar a transição desse buraco negro de um estado inativo para ativo, comparando-o a um único vaga-lume em uma floresta que, subitamente, se torna tão luminoso quanto o Sol.
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A pesquisa também proporciona uma explicação para a notável luminosidade das nuvens moleculares galácticas próximas a Sgr A*, que refletem os raios-X emitidos pelo buraco negro há dois séculos.
A equipe de cientistas internacionais integrou dados provenientes do telescópio espacial IXPE (Imaging X-ray Polarimetry Explorer) e do observatório de raios-X Chandra para realizar o estudo em questão.
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As descobertas obtidas sugerem que a fonte primária da emissão é Sgr A, uma vez que o ângulo de polarização se mostra consistente nesse sentido. O grau de polarização indica que, aproximadamente há 200 anos, a luminosidade de raios-X proveniente de Sgr A temporariamente equivalia à de uma galáxia Seyfert – um tipo de galáxia com um núcleo extremamente ativo, que produz intensas emissões de radiação.
Assim como uma bússola aponta para a sua fonte, a luz polarizada de raios-X se origina diretamente de Sgr A*. Os cientistas estão agora direcionando seus esforços para compreender os mecanismos físicos que permitem que um buraco negro faça a transição de um estado de quiescência para um estado ativo.
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Os buracos negros são formados quando uma estrela moribunda colapsa sob a sua própria força gravitacional, resultando em uma supernova, uma explosão estelar de extraordinária potência.
Essas entidades astronômicas possuem uma atração gravitacional tão imensurável que nem mesmo a luz consegue escapar, conferindo-lhes a característica de invisibilidade.
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Acredita-se que buracos negros supermassivos, que podem ser bilhões de vezes maiores do que o Sol, estejam presentes no centro de todas as grandes galáxias.