Os olhos dos astrônomos estão fixados em uma espetacular explosão cósmica: uma supernova Tipo II, um evento ultrabrilhante, que ocorre na magnífica Galáxia Pinwheel, também conhecida como M101.
O desfecho catastrófico da existência de uma estrela massiva é testemunhado nesta supernova em particular, batizada de SN 2023ixf, e representa a mais intensa e próxima explosão cósmica a alcançar a Terra em mais de uma década.
Embora seja compreensível o fascínio que tal evento desperta na comunidade astronômica, há um grupo seleto de pesquisadores que se questiona sobre outra perspectiva igualmente intrigante: será que esse deslumbrante clarão de luz também pode nos guiar na busca por mensagens de civilizações alienígenas?
A equipe formada por especialistas do renomado Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI) e da prestigiosa Universidade de Washington acredita firmemente nessa possibilidade.
Em um fascinante artigo, recentemente publicado no prestigioso banco de dados de pré-impressão arXiv e submetido à renomada revista Research Notes of the American Astronomical Society, os astrônomos nos convidam a contemplar uma audaciosa hipótese: e se seres extraterrestres inteligentes estivessem utilizando a deslumbrante supernova como uma oportunidade para enviar uma mensagem às outras civilizações que compartilham nossa admiração pelo brilho de estrelas moribundas?
"Essa teoria instigante impulsionou uma nova e emocionante fase de pesquisa, na qual os cientistas estão direcionando seus radiotelescópios para uma área estrategicamente próxima à supernova.
O objetivo é explorar sistemas estelares que possam abrigar planetas propícios à vida, tudo isso como parte de um plano cauteloso caso existam alienígenas avançados tentando nos cumprimentar de maneira cósmica.

A concepção é que o observador antecipa o direcionamento visual de um garçom em um estabelecimento gastronômico, de modo a acenar para sinalizá-lo solicitando a conta.
Analogamente, os pesquisadores indagam se, no contexto astronômico, alguém estaria tentando estabelecer um gesto semelhante de aceno em nossa direção enquanto a Terra volta sua atenção para a supernova.
A fim de responder a essa intrigante questão, a equipe traçou meticulosamente uma área delimitada ao redor da supernova, intitulada “elipsóide SETI”.
Essa região, que assume uma forma elíptica no espaço, é considerada o local ideal para que seres extraterrestres, residentes de planetas potencialmente habitáveis, possam contemplar de maneira clara tanto a supernova quanto a própria Terra.
Dentro desse espaço notável, os pesquisadores conseguiram identificar com precisão 100 estrelas visíveis a partir de nosso planeta, estrelas que, hipoteticamente, poderiam nos enviar mensagens enquanto contemplamos o esplendoroso espetáculo da supernova em combustão.
Com planos ambiciosos, a equipe está agora empenhada em escutar atentamente nas proximidades dessas estrelas ao longo dos próximos meses.
Para esse grandioso propósito, contarão com dois imponentes radiotelescópios: o prestigioso Allen Telescope Array, localizado na ensolarada Califórnia, e o majestoso Green Bank Observatory, situado na pitoresca Virgínia Ocidental.
A esperança fervilhante é a de capturar quaisquer indícios de assinaturas tecnológicas alienígenas que possam se manifestar.
Foi em 19 de maio que astrônomos japoneses anunciaram a descoberta do fenômeno celeste batizado de SN 2023ixf, e desde então, um fascínio inebriante tem envolvido não somente os especialistas no campo, mas também entusiastas da astronomia de todos os níveis.
É importante ressaltar que esse tipo particular de supernova ocorre somente em estrelas com uma massa superior a oito vezes a do nosso estimado Sol, e é capaz de irradiar sua luminosidade por períodos que podem se estender por meses, quiçá anos.
Tal longevidade concederia a qualquer inteligência alienígena uma ampla janela de oportunidade para nos enviar uma mensagem.
Mas será que essa perspicaz busca nos brindará com a primeira mensagem proveniente de vida inteligente além dos limites terrestres?
De acordo com os próprios pesquisadores, a resposta tende a ser negativa em seu artigo. Contudo, essa incursão científica é de inegável relevância para prepararmos eventos futuros semelhantes.
Afinal, nunca saberemos a menos que nos lancemos ousadamente em tal empreendimento.