Ao observarmos o espaço, os habitantes terrestres percebem que o sistema solar encontra-se cercado por inúmeras estrelas na Via Láctea. Contudo, ao ampliar nosso olhar para além dessa perspectiva, surge a indagação sobre a possibilidade de encontrarmos indícios de algo ainda mais extraordinário, como a presença de um buraco negro.
Os buracos negros são regiões do universo caracterizadas por uma gravidade tão intensa que distorce o tempo e o espaço ao seu redor. Uma vez imersos nessa entidade, nada, nem mesmo a luz, pode escapar.
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Em um cenário hipotético, a possibilidade de a Terra ter sido absorvida por um buraco negro há tempos atrás é discutida.
Conforme mencionado por Gaurav Khanna, físico especializado em buracos negros da Universidade de Rhode Island, tal evento acarretaria uma atração gravitacional catastrófica.
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À medida que nosso planeta se aproximasse do buraco negro, o tempo experimentaria uma desaceleração significativa. Adicionalmente, dependendo do tamanho do buraco negro em questão, a matéria poderia ser alongada em formas semelhantes a espaguetes.
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Mesmo considerando a possibilidade de a Terra sobreviver a esse fenômeno conhecido como “espaguetificação”, ela inevitavelmente estaria destinada a adentrar uma singularidade densa e minúscula.
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Nesse estágio, a pressão e a temperatura resultantes de uma força gravitacional insondável levariam à incineração do nosso planeta, como afirmado por Khanna em uma entrevista à Live Science.
Portanto, podemos descartar a possibilidade de a Terra ter sido engolida por um buraco negro em algum momento de sua história, conforme afirmou Khanna.
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De acordo com suas considerações, caso tal evento tivesse ocorrido, nosso planeta teria sido destruído em uma fração de segundo.
No entanto, existe uma outra possibilidade pela qual a Terra pode ter encontrado seu lugar dentro de um buraco negro: ela pode ter se formado lá.
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Conforme enfatizado por Khanna, “Um buraco negro se assemelha ao Big Bang, mas em sentido oposto… A matemática subjacente é similar”.
Enquanto um buraco negro colapsa em um ponto extremamente denso e minúsculo, o Big Bang emergiu a partir desse mesmo ponto, expandindo-se explosivamente.
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Uma teoria sugere que o Big Bang foi, inicialmente, uma singularidade existente dentro de um buraco negro em um universo primordial de maior escala.
O núcleo altamente denso experimentou um processo de compressão contínua até que, de alguma forma, ocorreu uma explosão e um universo em estágio inicial se formou dentro desse buraco negro, como afirmado por Khanna.
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Essa teoria, conhecida como cosmologia de Schwarzschild, propõe que o nosso universo está atualmente em expansão dentro de um buraco negro que está inserido em um universo primordial.
Nesse cenário teórico, sugere-se que universos possam existir dentro de universos, em uma analogia às bonecas russas, e que a possibilidade de viajar de volta através de um buraco negro – uma proeza provavelmente impossível, uma vez que a luz não consegue realizar tal jornada inversa – abriria portas para reinos desconhecidos, de acordo com as afirmações de Khanna.
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No entanto, é improvável que essa teoria seja comprovada, uma vez que nada pode atravessar o horizonte de eventos de um buraco negro e retornar ao universo externo.
No caso de a Terra estar situada no interior de um buraco negro, os especialistas têm conduzido estimativas a respeito da dimensão desse abismo cósmico.
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De acordo com Scott Field, professor associado de matemática na Universidade de Massachusetts Dartmouth, caso estejamos inseridos em um buraco negro, este deveria ser de proporções extremamente vastas.
A Terra não estaria simplesmente contida em um buraco negro do tamanho de um planeta ou até mesmo do tamanho do sistema solar. Caso essa fosse a situação, os cientistas já teriam percebido, conforme salientou Field em entrevista à Live Science.
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Seriam observáveis assinaturas evidentes da rotação do buraco negro, bem como sutis distorções causadas pela extrema gravidade, como a desaceleração do tempo e o estiramento da matéria, à medida que as pessoas se deslocam no interior do buraco negro.
Caso a Terra estivesse localizada no interior de um buraco negro com o tamanho equivalente ao do próprio planeta, as pessoas observariam os efeitos dessas forças de maré, como a espaguetificação e a desaceleração do tempo, durante suas viagens de um local para outro na superfície terrestre, conforme declarado por Field, especialista em modelagem e simulação gravitacional, incluindo colisões de buracos negros.
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Dessa forma, qualquer buraco negro que abrigasse a Terra como seu lar deveria ser de proporções enormes, com tamanho equivalente ao do universo, sendo tão vasto que não teríamos a capacidade de viajar distâncias suficientemente longas ou em velocidades adequadas para detectar as distorções gravitacionais, como afirmado por Field.
A partir de dentro de um universo de buraco negro, os habitantes terrestres “não teriam meios de saber sobre a existência de outro universo progenitor”, afirmou Khanna. Estaríamos completamente inconscientes disso.
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Portanto, encontrar nosso predecessor universal seria uma tarefa extremamente difícil, para dizer o mínimo. No entanto, Khanna ressaltou que seria algo verdadeiramente maravilhoso se essa teoria se mostrasse verdadeira.