Bactérias comedoras de carne foram identificadas proliferando em algas marinhas e poluição plástica no mar aberto do Caribe, levantando preocupações entre os pesquisadores sobre a possibilidade de patógenos potenciais representarem um risco para os seres humanos.

As bactérias do gênero Vibrio são reconhecidas pela sua capacidade de se alimentar de vegetação marinha e tecidos animais nas regiões costeiras.
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Quando os seres humanos consomem frutos do mar ou água do mar contaminados por esses patógenos, podem ocorrer doenças potencialmente letais, como a cólera.
Especificamente, a espécie Vibrio vulnificus possui a capacidade de infectar feridas, apresentando assim o risco de causar danos ao tecido circundante, o que pode levar a consequências graves e colocar em risco a vida do indivíduo afetado.
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A espécie Vibrio vulnificus, em particular, apresenta o risco adicional de infectar feridas, podendo levar à destruição do tecido circundante, representando um perigo para a vida humana.
"A descoberta da coexistência de múltiplas espécies de Vibrio, incluindo algumas ainda não descritas, em um ambiente caracterizado pela presença de resíduos representa uma preocupação significativa.
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Essa condição estabelece um potencial vetor adicional para doenças humanas, o qual ainda não foi completamente considerado pelos especialistas.
Além disso, a gravidade da situação é agravada pelo fato de que o habitat flutuante em questão não mostra sinais de desaparecimento, mas, ao contrário, evidencia um aumento em sua extensão, alcançando nossas áreas costeiras de forma sem precedentes.
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A análise recentemente conduzida pela Florida Atlantic University abrangeu amostras de resíduos plásticos encontrados nos oceanos do Caribe e de Sargaços, coletadas durante os anos de 2012 e 2013. Além disso, foram examinadas amostras de Sargassum, uma alga marrom, larvas de enguias e água do mar.
Nas amostras de resíduos plásticos e algas marinhas analisadas, a equipe de pesquisa identificou a presença de diversas espécies de bactérias pertencentes ao gênero Vibrio, algumas das quais nunca haviam sido documentadas anteriormente.
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Uma investigação mais aprofundada do genoma dessas bactérias revelou indícios de um “potencial patogênico significativo” em algumas delas.
Em experimentos realizados em ambiente laboratorial, verificou-se que as bactérias provenientes das águas oceânicas abertas aderiram e colonizaram as amostras de plástico de forma alarmantemente eficiente.
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“Nosso trabalho de laboratório mostrou que esses Vibrio são extremamente agressivos e podem procurar e aderir ao plástico em minutos”, diz a bióloga marinha Tracy Mincer, da Florida Atlantic University.
“Também descobrimos que existem fatores de fixação que os micróbios usam para aderir aos plásticos, e é o mesmo tipo de mecanismo usado pelos patógenos”.
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Estudos anteriores indicaram que os patógenos do gênero Vibrio são os primeiros a colonizar o plástico marinho flutuante. No entanto, Mincer e seus colaboradores da FAU foram os primeiros a sequenciar os genomas dessas bactérias a partir de uma amostra real coletada.
Os resultados obtidos sugerem que as bactérias do gênero Vibrio estão se adaptando à vida no oceano aberto de maneiras que podem representar riscos para a saúde de animais e seres humanos. Alguns desses patógenos podem estar desenvolvendo secreções tóxicas que são capazes de penetrar no intestino de um animal, causando a síndrome do intestino permeável.
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Por exemplo”, explicou Mincer, “quando um peixe ingere um fragmento de plástico infectado por bactérias do gênero Vibrio, isso pode resultar em síndrome do intestino permeável e diarreia. Como consequência, o peixe libera resíduos de nutrientes, como nitrogênio e fosfato, os quais podem estimular o crescimento de Sargassum e outros organismos presentes no ambiente circundante.”
Devido ao amplo uso de fertilizantes, a alga Sargassum no Caribe tem apresentado um florescimento em proporções maiores do que nunca, resultando na cobertura de extensas faixas de praia durante esse processo.
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Como uma possível solução, especialistas propõem a conversão dessa abundância de algas marinhas em alimentos ou biocombustíveis, visando mitigar os efeitos adversos.
Até que os riscos associados sejam mais aprofundados, os pesquisadores fazem um alerta para adiar a colheita da maior floração de algas marinhas do mundo, como sugerido por alguns, com o intuito de evitar possíveis impactos negativos.
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Conforme algas marinhas flutuantes e detritos plásticos se encontram e entrelaçam no oceano de maneira sem precedentes, ocorre a possibilidade de intercâmbio de microrganismos entre eles, resultando em potenciais consequências adversas à saúde quando esses elementos alcançam as praias.
Até que os riscos sejam devidamente compreendidos, os pesquisadores advertem que a alga Sargassum deve ser evitada, não sendo recomendado o seu manuseio.
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“Acho que, neste momento, ninguém realmente considerou esses micróbios e sua capacidade de causar infecções”, diz Mincer.
“Nós realmente queremos conscientizar o público sobre esses riscos associados.”
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O estudo foi publicado na Water Research.