Dmitry Rogozin, o ex-dirigente da corporação espacial russa Roscosmos, é conhecido por suas declarações controversas e intrigantes.
Após ter sido demitido de seu cargo como diretor do programa espacial do país no ano passado, agora Rogozin recorreu ao aplicativo Telegram para expressar sua desconfiança em relação à alegação de que a NASA teria realizado o pouso de uma dúzia de astronautas na Lua há mais de cinquenta anos, conforme mencionado no artigo publicado pelo Ars Technica.
Conforme mencionado em seu artigo, Rogozin, durante sua gestão, solicitou à Roscosmos evidências documentais que comprovassem a presença dos americanos na Lua. Apesar de seus esforços em busca de tais evidências, o ex-dirigente afirma não ter encontrado qualquer prova naquele momento.
Em sua escrita, ele questiona como os Estados Unidos, com o nível de desenvolvimento tecnológico que possuíam na década de 1960, foram capazes de realizar uma façanha que ainda não conseguem reproduzir atualmente.
"As declarações de Rogozin são tipicamente provocativas e ousadas, revelando teorias conspiratórias negacionistas relacionadas aos pousos da NASA na Lua durante o programa Apollo, que persistem até os dias atuais.
De forma irônica, a União Soviética possuía uma espaçonave em órbita lunar enquanto os astronautas da NASA, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, realizavam seus históricos primeiros passos em 1969. Conforme destacado pelo Ars Technica, tal fato implica que a Rússia possui abundantes dados detalhados que corroboram os pousos na Lua, os quais são amplamente documentados.
Essa extensa quantidade de evidências não foi suficiente para impressionar esse indivíduo específico dentro do círculo próximo de Putin.
Rogozin acumulou inimizades ao longo dos anos. No ano passado, ele chegou a dar indícios de que a Estação Espacial Internacional seria desativada pelos Estados Unidos.
Durante sua gestão, ele também afirmou que a Rússia abandonaria em breve a estação, mesmo que posteriormente o país tenha concordado em continuar cooperando com seus parceiros internacionais até a conclusão das atividades da estação em 2030.
Ele também entrou em confronto com o CEO da SpaceX, Elon Musk, em várias ocasiões.
“Se eu morrer em circunstâncias misteriosas, foi bom conhecê-lo”, tweetou Musk no ano passado, após Rogozin afirmar que ele seria responsabilizado por fornecer terminais de internet Starlink às forças ucranianas.
Agora que Rogozin foi designado para a linha de frente da invasão russa à Ucrânia, ele não está mais no comando do programa espacial do país – o que, levando em consideração essas últimas declarações, pode ser considerado uma decisão acertada.