A nova imagem obtida pelo Telescópio Espacial James Webb, divulgada na última quinta-feira, revela características inusitadas dos anéis de Urano, nosso sétimo vizinho planetário. A imagem, que captura o planeta inclinado lateralmente, torna visível todo o sistema de anéis que circunda o planeta.
Além disso, graças à capacidade do JWST de operar no infravermelho, é possível distinguir detalhes que não são observáveis comumente pela superfície opaca do planeta. Em particular, uma nuvem brilhante na parte esquerda do planeta, relacionada a atividades tempestuosas, chama a atenção dos cientistas da NASA.
A região manchada presente no polo do planeta Urano consiste em uma calota polar sazonal, cujo propósito ainda é desconhecido pelos astrônomos. Essa característica surge quando a luz solar atinge o planeta e, uma vez que a última visita da sonda Voyager 2 ocorreu em 1986, é necessário realizar medições mais próximas de Urano para se compreender o mecanismo envolvido.
Urano e Netuno são os dois gigantes de gelo presentes no Sistema Solar. Assim como Urano, Netuno foi visitado apenas uma vez pela sonda Voyager 2, três anos após a visita ao primeiro.
Diferentemente de Júpiter e Saturno, que são considerados gigantes gasosos, Urano e Netuno apresentam uma massa menor, sendo de 14 e 17 massas terrestres, respectivamente. Esses planetas também exibem uma abundância de elementos como metano, água e amônia.
"A presença de metano nos planetas Urano e Netuno contribui para a coloração azulada característica desses corpos celestes. Além disso, os produtos químicos água, amônia e metano existem em forma relativamente sólida em ambos os planetas, devido às altas pressões presentes em suas camadas internas.
Esses planetas são conhecidos como gigantes de gelo por terem se originado a partir da formação de planetas primordiais contendo esses elementos em estado sólido. Entretanto, vale ressaltar que esses produtos químicos também existem em forma de fluidos supercríticos, em que as altas pressões presentes fazem com que esses gases atuem como líquidos.
Existem especulações acerca de uma possível missão de retorno a Urano, a qual recebeu alta prioridade na pesquisa decadal da Academia Nacional de Ciências. Tal missão pode incluir o envio de uma sonda atmosférica para iluminar alguns dos mistérios que envolvem o planeta.
No entanto, até o momento, a NASA não concedeu aprovação oficial para nenhuma missão desse tipo, o que significa que Urano continuará a guardar alguns de seus segredos por enquanto. Contudo, o Telescópio Espacial James Webb nos oferece as melhores ferramentas possíveis para estudá-lo à distância, o que indica que esta não será a última oportunidade de observarmos esse planeta misterioso e intrigante.