Depois de mais de 50 anos de debates, cientistas finalmente resolvem o mistério do Monstro Tully em fascinante estudo.
Há mais de 50 anos, o Monstro de Tully, um habitante pré-histórico com uma aparência bizarra, tem intrigado cientistas de todo o mundo.
Com seu corpo em forma de torpedo, olhos nas extremidades de uma barra horizontal e um focinho parecido com um tronco com uma garra de dentes, a criatura era diferente de tudo o que a ciência já viu. O debate sobre sua classificação, se era um vertebrado ou um invertebrado, foi um enigma que permaneceu sem solução por décadas.
Mas, graças às novas técnicas de imagem 3D, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tóquio, no Japão, pode ter finalmente encontrado a resposta que acaba com esse debate de uma vez por todas. O estudo sugere que o Monstro de Tully era um invertebrado e não um vertebrado, como muitos haviam teorizado anteriormente.
O pesquisador Tomoyuki Mikami, um dos autores do estudo, disse que a equipe usou várias linhas de evidência para chegar a essa conclusão, incluindo a segmentação na região da cabeça que se estendia desde o corpo, característica não conhecida em nenhuma linhagem de vertebrados. Com base nesses resultados, a hipótese dos vertebrados é insustentável.
"A descoberta é um marco importante na compreensão do Monstro de Tully e ajudará os cientistas a reescrever a história da vida na Terra. Depois de décadas de mistério, finalmente sabemos mais sobre essa criatura intrigante que viveu há 307 milhões de anos em um estuário costeiro no nordeste de Illinois.
Com a utilização de técnicas avançadas de escaneamento 3D, uma equipe de pesquisadores analisou mais de 150 fósseis do Monstro Tully e mais de 70 fósseis de outros animais encontrados em Mazon Creek. Os mapas tridimensionais codificados por cores revelaram pequenas irregularidades na superfície dos fósseis, permitindo uma análise minuciosa da estrutura dos mesmos.
Através da microtomografia computadorizada de raios X, a equipe pôde observar a probóscide do Monstro Tully, órgão alongado localizado em sua cabeça. Os dados 3D coletados desmentiram as características previamente utilizadas para classificar a criatura como um vertebrado, indicando uma classificação diferente daquela inicialmente proposta.
Apesar da confirmação de que o monstro Tully não era um vertebrado, os pesquisadores ainda têm um longo caminho pela frente para determinar a que grupo de organismos ele pertencia. Acredita-se que seja um cordado não vertebrado ou um protostômio com uma morfologia drasticamente alterada.
Esses fósseis misteriosos apresentam um desafio para os paleontólogos que tentam reconstruir a história evolutiva da Terra e seus habitantes.
“A pesquisa sobre os fósseis de Mazon Creek é importante porque fornece evidências paleontológicas que não podem ser obtidas em outros locais”, afirma Tomoyuki Mikami, pesquisador da Universidade de Tóquio. E mais pesquisas são necessárias para descobrir novas pistas e desvendar a história da vida na Terra.
As descobertas foram publicadas na revista Paleontology.