A China divulga mapas de Marte baseados em imagens do Tianwen-1. Conheça os detalhes da primeira missão independente do país ao planeta vermelho.
De acordo com a agência espacial chinesa, a criação de mapas codificados por cores com base em imagens panorâmicas obtidas durante a primeira missão independente do país a Marte – por meio de 14.757 fotos – promoverá o avanço do conhecimento sobre o planeta vermelho, além de otimizar o planejamento de futuras missões.
A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) anunciou na última segunda-feira a divulgação dos primeiros mapas globais de Marte codificados por cores.
Essas imagens foram obtidas através da primeira missão independente do país ao planeta vermelho, realizada com o objetivo de explorar e estudar detalhadamente sua superfície. Através da compilação de 14.757 fotos capturadas pela câmera de resolução moderada do orbitador Tianwen-1, entre novembro de 2021 e julho de 2022, foi possível criar esses mapas panorâmicos de Marte.
Durante uma cerimônia em comemoração ao Dia Espacial da China, realizada na cidade de Hefei, no sudeste do país, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) destacou a importância dos mapas globais de Marte obtidos pela missão Tianwen-1. Segundo a CNSA, esses mapas serão de grande valia para o planejamento de futuras missões, como a Tianwen-3, que tem como objetivo a coleta e devolução de amostras de Marte para estudo.
"Além disso, as imagens geradas a partir desses mapas também auxiliaram os cientistas na identificação de diversas características geográficas próximas ao local de pouso, sendo que 22 delas receberam nomes de lugares na China pela União Astronômica Internacional.
A sonda Tianwen-1 foi lançada a partir da província insular de Hainan, localizada no sul da China, em julho de 2020, dando início à primeira missão interplanetária independente do país.
Após sua chegada à órbita marciana em fevereiro de 2021, a espaçonave Tianwen-1 capturou imagens de áreas pré-selecionadas para pouso em Utopia Planitia, uma grande planície, e auxiliou no pouso bem-sucedido de um módulo de pouso e um rover três meses depois.
Em 30 de junho de 2022, o orbitador já havia circulado Marte 1.344 vezes, além de ter desempenhado o papel de intermediário na transmissão de dados entre o rover Zhurong e a Terra, e conduzido pesquisas globais de sensoriamento remoto de Marte em uma órbita inferior.
Por sua vez, o rover Zhurong, alimentado por energia solar e originalmente projetado para operar por apenas três meses, percorreu um total de 1.921 metros (6.302 pés) na superfície marciana antes de entrar em hibernação em maio de 2022, devido às baixas temperaturas do inverno marciano.
De acordo com o China Space Daily, Zhurong permanece em hibernação depois de não ter acordado como esperado no início deste ano, quando a primavera chegou a Marte. Durante uma palestra pública realizada em Pequim em 15 de abril, Jia Yang, designer-chefe do rover, observou que “não podemos descartar a possibilidade de Zhurong nunca acordar”.
Durante a Conferência Internacional de Ciências do Espaço Profundo em Hefei, realizada no sábado, foram divulgados mais detalhes sobre a missão de retorno de amostras de Marte da China.
A missão Tianwen-3, que tem previsão de lançamento por volta de 2030, tem como objetivo trazer de volta pelo menos 500 gramas (1,1 libras) de rochas da superfície marciana por meio de escavação, perfuração e amostragem remota, conforme explicou o designer-chefe da missão, Liu Jizhong.
Os cientistas chineses estão atualmente em busca de possíveis locais de pouso que os ajudem a solucionar questões sobre sinais de vida em Marte e maximizar os retornos científicos da missão.