Você já imaginou ver um rato com chifres? Pois é exatamente isso que alguns cientistas chineses conseguiram fazer em um estudo publicado na revista Science em março de 2023. Eles usaram células-tronco de cervos sika para induzir a formação de estruturas ósseas semelhantes a chifres nas cabeças de ratos.

O que são células-tronco?
As células-tronco são células capazes de se transformar em diferentes tipos de tecidos do corpo, como ossos, músculos, nervos e sangue. Elas são encontradas em vários órgãos e tecidos do corpo humano, como na medula óssea, no cordão umbilical e no embrião.
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As células-tronco têm um grande potencial para a medicina regenerativa, pois podem ser usadas para reparar ou substituir tecidos danificados por doenças ou lesões. Por exemplo, elas podem ser usadas para tratar doenças como diabetes, Parkinson, Alzheimer e leucemia.
Como os cientistas fizeram os ratos crescerem chifres?
Os cientistas extraíram células-tronco da base dos chifres dos cervos sika, uma espécie nativa da Ásia. Essas células-tronco são chamadas de periósticas mesenquimais (PMSCs), pois se originam do periósteo, uma camada fina que reveste os ossos.
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Em seguida, eles injetaram as PMSCs em pequenas cavidades feitas nos crânios de ratos recém-nascidos. Após algumas semanas, eles observaram que as PMSCs se diferenciaram em células ósseas e formaram estruturas semelhantes a mini-chifres nas cabeças dos ratos.
"Os mini-chifres tinham cerca de 3 milímetros de comprimento e 1 milímetro de diâmetro. Eles eram cobertos por pele e pelos e tinham vasos sanguíneos em seu interior. Eles também eram conectados ao crânio dos ratos por uma camada fibrosa.
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Qual é o objetivo do estudo?
O objetivo do estudo não é criar ratos com chifres por diversão ou curiosidade. Os cientistas querem entender melhor como as PMSCs funcionam e como elas podem ser usadas para tratar doenças ou lesões ósseas ou cartilaginosas em humanos.
As PMSCs têm algumas vantagens sobre outras células-tronco: elas são fáceis de obter (basta cortar a base dos chifres dos cervos), elas se multiplicam rapidamente (podem dobrar seu número a cada dois dias) e elas têm uma alta capacidade de diferenciação (podem se transformar em vários tipos de tecidos).
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Os cientistas esperam que as PMSCs possam levar a novas terapias para regenerar ossos fraturados ou danificados por osteoporose ou câncer. Elas também podem ser usadas para reparar cartilagens desgastadas por artrite ou lesões esportivas.
Quais são os desafios e as limitações do estudo?
O estudo ainda está em fase inicial e tem muitos desafios e limitações pela frente. Um dos principais desafios é garantir a segurança das PMSCs para uso humano. É preciso verificar se elas não causam rejeição imunológica ou tumores malignos quando implantadas em outro organismo.
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Outro desafio é controlar o tamanho e a forma das estruturas ósseas geradas pelas PMSCs. No experimento com os ratos, os mini-chifres variaram bastante em sua aparência.
O estudo foi publicado na Science.