A China divulgou recentemente um ambicioso programa voltado para impulsionar a inteligência artificial (IA) no âmbito da pesquisa científica e tecnológica. O projeto tem como foco áreas-chave, tais como o desenvolvimento de medicamentos, pesquisas genéticas e biológicas, com o objetivo de fortalecer ainda mais a orientação e aprimorar os resultados alcançados.
O Ministério da Ciência e Tecnologia da China, que assumiu recentemente suas funções, anunciou uma nova e decisiva medida no sentido de impulsionar a pesquisa científica e tecnológica do país: acelerar o uso de inteligência artificial (IA). Nesse contexto de acirrada competição com os Estados Unidos, Pequim tem intensificado seus esforços em prol do desenvolvimento de tecnologias emergentes, destinando cada vez mais recursos para esse fim.
Na segunda-feira, a agência oficial de notícias Xinhua reportou que o Ministério da Ciência e a Fundação Nacional de Ciências Naturais da China lançaram um ambicioso plano, intitulado “Inteligência Artificial para a Ciência”.
De acordo com a Xinhua, o plano “Inteligência Artificial para a Ciência”, recentemente lançado pelo Ministério da Ciência e pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, terá como foco principal os problemas mais urgentes das disciplinas básicas, assim como as necessidades de pesquisa em áreas-chave da ciência e tecnologia, tais como o desenvolvimento de medicamentos, a pesquisa de genes e o aprimoramento biológico.
Xu Bo, diretor do Instituto de Automação da Academia Chinesa de Ciências e chefe do projeto “Inteligência Artificial para a Ciência”, afirmou que a tecnologia de IA tem demonstrado “capacidades poderosas além dos métodos tradicionais de matemática ou física em muitos campos de pesquisa científica”.
"Segundo a Xinhua, Xu Bo ressaltou que, embora a IA apresente inúmeras vantagens no campo da pesquisa científica, ainda há margem para aprimoramentos em aspectos como o layout sistemático de pesquisa, design e integração interdisciplinar.
De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia da China, o projeto de Inteligência Artificial para a Ciência visa fortalecer o layout do sistema e a orientação geral, com o objetivo de promover a integração profunda da IA na pesquisa científica e tecnológica. A iniciativa também busca promover a abertura e convergência de recursos, além de aprimorar as capacidades de inovação.
O projeto de Inteligência Artificial para a Ciência, lançado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia da China, também se compromete a reunir equipes interdisciplinares de pesquisa e desenvolvimento, a fim de oferecer soluções para desafios científicos comuns, tais como o tratamento de câncer e as mudanças climáticas.
O governo central chinês tem impulsionado a pesquisa e desenvolvimento em inteligência artificial (IA), além de prometer políticas favoráveis que visam aumentar ainda mais os investimentos no setor. Identificada como uma indústria-chave no plano industrial “Made in China 2025”, a IA é uma prioridade para a China, que pretende se tornar líder global no campo até 2030.
A economia chinesa, a segunda maior do mundo, está cada vez mais fortalecida em termos de publicações acadêmicas, patentes e financiamento global de IA. Segundo um relatório de previsão divulgado pela empresa de consultoria IDC no ano passado, os investimentos em IA na China devem chegar a US$ 26,69 bilhões em 2026, representando cerca de 8,9% do investimento global e colocando o país como o segundo maior destino mundial de investimentos em IA.
A China se vê cada vez mais pressionada a acelerar seus esforços de pesquisa e desenvolvimento, uma vez que os Estados Unidos intensificaram os controles de exportação de tecnologias avançadas, incluindo semicondutores e inteligência artificial. Empresas líderes no desenvolvimento de chips com tecnologia de IA, como a Nvidia e a AMD, foram impedidas de comercializar seus produtos de ponta para a China, tornando ainda mais importante para o país investir em pesquisa interna para atingir seus objetivos tecnológicos.
Washington implementou amplas medidas de controle de exportação para impedir que a China utilize tecnologia americana para aprimorar suas capacidades militares, enquanto Pequim criticou os EUA por abusarem dessas medidas para bloquear e suprimir maliciosamente empresas chinesas.
No 20º Congresso do Partido Comunista Chinês no ano passado, o presidente Xi Jinping afirmou que a China deve impulsionar o desenvolvimento integrado de “indústrias emergentes estratégicas” e criar “um novo conjunto de motores de crescimento” que incluem IA e novos setores de energia, rotulando-os como os novos “motores” do crescimento futuro.