Em “Magicians of the Gods“, Graham Hancock lança luz sobre uma intrigante semelhança que atravessa séculos e continentes: a presença de um motivo peculiar, a “bolsa” ou o “balde”, em representações artísticas de diferentes culturas antigas, como os pilares de Göbekli Tepe, os relevos assírios do antigo Iraque e as obras dos olmecas da Mesoamérica.
Essa convergência de símbolos em lugares tão distantes do globo desperta um enigma fascinante e questiona as narrativas históricas tradicionais.
O mistério ganha uma dimensão ainda mais intrigante quando nos voltamos para a Mesopotâmia Antiga, muitas vezes considerada o Berço da Civilização. Os sumérios, ao retratar os Anunnaki, deuses de sua mitologia, incorporaram objetos enigmáticos como o “relógio de mão” e a misteriosa “bolsa”. Surpreendentemente, essa simbologia não é exclusiva dos sumérios; civilizações distantes, como os antigos maias, astecas e egípcios, também utilizaram representações semelhantes ao descreverem suas divindades.
A figura central desse enigma é a presença recorrente da “bolsa” nas mãos dos deuses. Seria mera coincidência ou existe uma conexão mais profunda entre essas culturas aparentemente isoladas? A representação de divindades segurando esse objeto intrigante suscita perguntas sobre uma possível interação entre essas civilizações antigas.
Ao observarmos as semelhanças na representação dos deuses, notamos que, apesar das diferentes culturas, os antigos Anunnaki, os deuses egípcios e divindades mesoamericanas eram comumente retratados como humanoides, com características faciais muitas vezes obscurecidas por barbas espessas. Essa convergência visual sugere uma possível ligação que vai além de fronteiras geográficas.
"A presença da “bolsa” em locais tão diversos quanto Göbekli Tepe, Teotihuacan e Tula, revela uma continuidade intrigante ao longo do tempo e do espaço. A pergunta que persiste é: qual seria o significado por trás desse símbolo? Seria a bolsa um recipiente de conhecimento, poder ou alguma forma de conexão espiritual?
Ao explorar diversas teorias, encontramos interpretações que sugerem que esses símbolos poderiam ser associados a uma irmandade iniciática antiga, cujas raízes se estendem até a pré-história mais remota. A figura do círculo, presente em diversos contextos culturais, poderia simbolizar a (re)unificação da terra e do céu, uma conexão entre elementos materiais e não materiais da existência.
Contudo, a arqueóloga e egiptóloga Andrea Sinclair propõe uma visão diferente. Ela argumenta que as representações de “bolsas” nas estátuas dos deuses podem, na verdade, representar objetos completamente diferentes.
Um exemplo citado por Sinclair é um relevo neo-assírio do Iraque, que retrata uma divindade alada segurando um balde ritual. Da mesma forma, a representação de Anúbis, o deus egípcio da mumificação, não é uma bolsa, mas um amuleto, o ankh, símbolo da vida.
O guerreiro tolteca mesoamericano, por sua vez, segura algo que reflete seu status de guerreiro, indicando que as representações podem variar conforme a cultura e o contexto. Isso nos leva a considerar se a “bolsa enigmática” era, na verdade, um símbolo multifacetado, adaptado às crenças e práticas específicas de cada civilização.
Em última análise, o mistério das “bolsas enigmáticas” permanece aberto a interpretações e descobertas adicionais.
A pesquisa contínua e as escavações arqueológicas podem oferecer novas perspectivas sobre essa intrigante conexão entre civilizações antigas, desafiando nossas concepções convencionais da história. À medida que exploramos os vestígios do passado, somos confrontados com a complexidade e a interconexão surpreendente das culturas que moldaram o curso da humanidade.