A intrigante busca por evidências da existência do Pé-Grande na América do Norte persiste, apesar da falta de provas fotográficas concretas em uma era repleta de tecnologia de câmeras de alta qualidade.
O mito do Pé-Grande, uma espécie de primata desconhecida, permanece vivo, alimentando-se de relatos e supostos avistamentos. No entanto, uma pesquisa realizada por Floe Foxon, um Cientista Interdisciplinar, lança luz sobre uma possível explicação para esses avistamentos persistentes.
Foxon abordou a questão com uma perspectiva abrangente, expandindo a análise para incluir não apenas o noroeste do Pacífico, mas toda a extensão dos Estados Unidos e do Canadá.
Sua abordagem cuidadosa visou identificar fatores que poderiam influenciar a frequência de avistamentos do Pé-Grande, resultando em uma conclusão surpreendente: uma forte correlação entre esses avistamentos e a população local de ursos negros.
A confusão entre ursos negros e o Pé-Grande é compreensível, dada a diversidade de cores que esses ursos podem exibir, indo desde o marrom dourado até o avermelhado profundo, além do preto que dá nome à espécie.
"Além disso, ursos negros são animais de grande porte que ocasionalmente ficam sobre as patas traseiras, lembrando a postura que poderia ser associada ao mítico Pé-Grande. Ambas as criaturas compartilham o habitat de áreas florestais, intensificando a possibilidade de confusão visual.
Foxon destacou um relato de avistamento do Pé-Grande, onde as fotos obtidas foram posteriormente identificadas como um urso.
A análise de Foxon baseou-se em dados de ursos negros datados de 2006, os mais recentes e abrangentes disponíveis. No entanto, algumas lacunas no conhecimento foram inevitáveis, com vários estados e províncias excluídos devido à falta de informações sobre a presença de ursos negros em 2006.
Apesar dessas limitações, os dados sobre avistamentos foram adquiridos da Bigfoot Field Researchers Organization, que mantém um banco de dados de relatos georreferenciados. Os dados do censo nacional e estimativas de áreas florestais foram utilizados para contextualizar os resultados.
A correlação identificada por Foxon revelou que, ao levar em conta áreas florestais e população humana, a probabilidade de um avistamento de Pé-Grande é significativamente influenciada pela presença de ursos negros.
O modelo estatístico proposto por Foxon, incluindo a variável de urso, mostrou um ajuste notavelmente melhor aos dados, fortalecendo a hipótese de que muitos avistamentos podem, de fato, ser identificações equivocadas de ursos negros.
A conclusão central do estudo sugere que, considerando as áreas florestais e a população humana, há aproximadamente um avistamento de Pé-Grande para cada 5.000 ursos negros.
Além disso, a probabilidade de avistamentos aumenta em cerca de 4% para cada acréscimo de 1.000 ursos na população local. Em última análise, Foxon destaca a possibilidade de que muitos relatos de Pé-Grande possam ser, na verdade, observações de ursos negros.
No entanto, Foxon reconhece que essa correlação não explica todos os avistamentos, já que há estados sem populações conhecidas de ursos negros que ainda registram relatos de Pé-Grande. A presença humana e a propensão a confundir identidades também desempenham papéis importantes na equação.
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Além de fornecer uma explicação para os avistamentos do Pé-Grande, a pesquisa de Foxon sugere que a frequência desses avistamentos pode servir como um indicador indireto para rastrear mudanças populacionais de ursos negros, contribuindo assim para a conservação desses animais.
Enquanto o mistério do Pé-Grande persiste, a análise de Floe Foxon oferece uma perspectiva intrigante e plausível, conectando os avistamentos misteriosos a uma explicação mais terrena: a presença abundante de ursos negros na América do Norte.
Este estudo não apenas lança luz sobre o fenômeno do Pé-Grande, mas também destaca a importância da conservação dos ursos negros, usando os avistamentos como uma ferramenta potencial para monitorar suas populações em ambientes florestais.
A pesquisa foi revisada por pares e publicada no Journal of Zoology.