Os fenômenos aéreos não identificados, mais conhecidos como OVNIs, sempre exerceram um fascínio sobre a imaginação humana. Uma das histórias mais intrigantes remonta a 1948, quando o piloto Clarence Chiles e o co-piloto John Whitted avistaram um objeto misterioso enquanto voavam de Houston para Atlanta.
Essa experiência, que envolveu uma luz intensa cortando os céus, não apenas deixou os pilotos perplexos, mas também atraiu a atenção da Força Aérea dos Estados Unidos, que investigou o incidente como parte do Projeto Sign, o pioneiro programa de pesquisa de OVNIs.
Estes eventos são apenas um fragmento do vasto panorama explorado por Garrett M. Graff em seu livro “UFO: A História Interna da Busca do Governo dos EUA por Vida Alienígena Aqui – e Lá Fora“. Graff, conhecido por suas obras de história, mergulha em décadas de pesquisa federal, privada e científica sobre OVNIs e sua possível conexão com vida alienígena. O livro abrange décadas de história, fornecendo detalhes abrangentes sobre os envolvidos, os programas e as fontes primárias.
A narrativa começa em 1947, um ano crucial que testemunhou avistamentos marcantes. O piloto Kenneth Arnold viu nove objetos brilhantes próximos ao Monte Rainier, enquanto em Roswell, Novo México, algo misterioso caiu do céu.
Esses incidentes desencadearam uma série de relatos de OVNIs e levantaram preocupações sobre a segurança nacional nos Estados Unidos. As autoridades temiam que os avistamentos pudessem estar relacionados a uma possível arma espacial soviética, gerando ansiedades durante uma era de projetos secretos revolucionários.
"Essas preocupações resultaram na iniciação de estudos governamentais, como os projetos Sign, Grudge e Blue Book, que investigaram relatos de OVNIs por mais de duas décadas. No entanto, as conclusões gerais desses estudos afirmaram que não havia evidências verificadas de fenômenos claramente além do conhecimento científico e tecnológico da época.
O livro de Graff destaca o desafio contínuo de lidar com o fenômeno OVNI de maneira transparente. O exemplo de Roswell, onde inicialmente foi declarado um disco voador e mais tarde um balão meteorológico, ressalta a falta de comunicação efetiva do governo. Graff argumenta que a ocultação governamental não é motivada pelo conhecimento, mas pela incerteza e desconforto em admitir a falta de informações concretas.
Ao longo das décadas, a história dos OVNIs tem sido cíclica, marcada por avistamentos, cobertura midiática, preocupações com segurança nacional e estudos oficiais. Graff destaca o paralelo entre passado e presente, especialmente a mudança recente na terminologia de OVNIs para UAPs (fenômenos aéreos não identificados). Essa mudança reflete uma nova seriedade em relação ao tema, iniciada por eventos de 2017, quando foi revelado um programa de estudo de UAPs pelo Pentágono.
Contudo, Graff deixa de estabelecer paralelos mais explícitos entre o passado e o presente. A mudança linguística de “discos voadores” para “UAPs” ecoa a alteração feita por Edward Ruppelt décadas antes. Reconhecer essas semelhanças poderia enriquecer a compreensão da evolução da percepção pública sobre OVNIs.
Graff reconhece que a conotação, particularmente a alienígena, não integra tecnicamente a definição denotativa de “OVNI”. No início do livro, Graff observa que, tecnicamente, tudo o que “OVNI” implica é precisamente o que o termo indica: algo no céu de origem desconhecida.
Em última análise, o livro de Graff oferece uma visão profunda e perspicaz sobre a complexa relação entre OVNIs, segurança nacional e a busca por vida extraterrestre. Ao explorar décadas de intrigas, mistérios e investigações, ele convida os leitores a refletirem sobre a eterna questão: estamos sozinhos no universo?