As imagens intrigantes da NASA que capturaram a atenção dos teóricos da conspiração nas mídias sociais, inicialmente rotuladas como prova de atividade alienígena, agora encontraram uma explicação mais terrena.
Um novo estudo encerrou o caso do misterioso acidente lunar, revelando que o objeto não identificado (OVNI) era, na verdade, um pedaço de metal do tamanho de um ônibus escolar proveniente de um foguete chinês.
O acontecimento em questão ocorreu na madrugada de 4 de março de 2022, quando a espaçonave não identificada colidiu contra o lado oculto da lua, criando uma cratera dupla de 30 metros de largura.
Inicialmente, as imagens da NASA alimentaram teorias de conspiração, com alguns acreditando ser evidência de atividade alienígena.
No entanto, foi revelado recentemente que o misterioso OVNI era, na verdade, um pedaço do foguete chinês Long March 3C, designado como WE0913A pelos astrônomos. Astrônomos vinham rastreando o veículo desgovernado por semanas, sem conseguir identificar sua origem, até que uma equipe da Universidade do Arizona, liderada por Tanner Campbell, estudante de doutorado do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Mecânica, confirmou a procedência do objeto.
"No artigo divulgado no Planetary Science Journal, Campbell e sua equipe apresentaram uma análise conclusiva, destacando a trajetória e a análise espectroscópica do WE0913A. A confirmação de que se tratava do corpo do foguete Longa Marcha 3C (R/B) da missão Chang’e 5-T1 dissipou as especulações sobre atividade extraterrestre.
As evidências apresentadas no estudo, incluindo a análise do movimento do objeto e da composição do mesmo, deixam pouca dúvida sobre a verdadeira natureza do OVNI lunar. O estudo também fornece informações adicionais sobre a peculiar cratera formada pela colisão, revelando diferenças notáveis em comparação com simulações de computador de milhares de objetos espaciais hipotéticos.
Os cientistas afirmaram ter identificado disparidades intrigantes ao empregar simulações computacionais para contrastar a curva de luz do WE0913A, que representa as variações em sua luminosidade ao longo do tempo, com aquelas de milhares de objetos espaciais hipotéticos.
“Algo que está no espaço há tanto tempo está sujeito às forças da gravidade da Terra e da Lua e à luz do sol”, disse Campbell em um comunicado.
O mistério começou em janeiro de 2022, quando o astrônomo Bill Gray, inicialmente, associou o objeto ao estágio superior do foguete SpaceX Falcon 9, lançado em fevereiro de 2015. Contudo, uma dica da NASA levou Gray a se retratar, revelando que o pedaço de foguete pertencia, na verdade, à China.
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O foguete fazia parte da missão Chang’e 5-T1, uma espaçonave experimental lançada em outubro de 2014, como parte do ambicioso Programa de Exploração Lunar da China. Embora tenha sido inicialmente declarado pela China que o estágio superior da missão queimou com segurança na atmosfera da Terra, a confirmação da queda na lua encerrou definitivamente o episódio.
Em última análise, o mistério lunar que provocou teorias da conspiração foi desvendado pela ciência e pela persistência dos astrônomos, oferecendo uma explicação fascinante para um evento cósmico que, por um breve momento, alimentou a imaginação de muitos.