O fascínio pelo Abominável Homem das Neves, também conhecido como Yeti, sempre foi envolto em mistério e intrigante curiosidade. As histórias sobre essa lendária criatura, que se assemelha a um macaco, vagando pelas majestosas montanhas do Himalaia, datam de séculos atrás.
O interesse ocidental por essa misteriosa figura decolou no início da década de 1950, após o montanhista britânico Eric Shipton retornar do Everest com fotos de pegadas gigantes. Desde então, a busca por evidências científicas da existência do Yeti tem sido contínua, mas até agora, não foi encontrada nenhuma prova conclusiva.
Recentemente, uma equipe de exploradores liderada por Andrew Benfield, escritor e professor de meditação, em conjunto com seu cético amigo, o analista político Richard Horsey, realizou uma expedição pelo Himalaia em busca do Yeti.
Sua jornada os levou a países como Índia, Mianmar, Nepal e Butão, onde ouviram histórias fascinantes sobre a criatura lendária. Esta aventura resultou na criação de uma série da BBC Radio 4, intitulada “Yeti”, que cativou a imaginação do público com seu suspense e descobertas surpreendentes.
No entanto, a busca por evidências concretas do Yeti chegou a uma conclusão surpreendente e um tanto inusitada. Após anos de exploração e entrevistas com os habitantes locais, a equipe conseguiu obter uma amostra misteriosa de cabelo, fornecida por uma fonte não identificada.
"No entanto, as esperanças foram rapidamente dissipadas quando a análise de DNA revelou que o cabelo pertencia a um cavalo. Para muitos, isso pode ter sido uma grande decepção, mas Andrew Benfield e Richard Horsey não desistiram de suas crenças ou das histórias das pessoas que encontraram ao longo de sua jornada.
Benfield disse ao Live Science que o resultado “não foi bom” após três anos de pesquisa. “Um cavalo era o mais chato que podíamos conseguir”, disse Benfield.
Benfield, tendo trabalhado com desenvolvimento internacional, estava determinado a não menosprezar as histórias locais sobre o Yeti, mesmo diante da análise de DNA que sugeria a presença de um cavalo em vez da lendária criatura.
Ele se recusou a descartar o conhecimento das pessoas locais apenas porque exploradores ocidentais não encontraram provas físicas do Yeti. “Você certamente respeita o conhecimento das pessoas locais quando está lá em cima, porque elas estão mantendo você vivo”, disse Benfield. “Quem sou eu para questionar essas pessoas? Elas estão lá fora todos os dias.”
Horsey, por sua vez, não achava que eles voltariam com provas de DNA, mas disse ao Live Science que o Yeti é mais importante para a população local do que ele imaginava.
“Percebemos que, para a maioria dessas pessoas, não importa se ele existe fisicamente”, disse Horsey. “O que importa é o papel que ele desempenha em seu mundo.”
A equipe viajou para o Butão, especificamente para o Sakteng Wildlife Sanctuary, um parque nacional criado em parte para proteger o “Migoi” (ou Yeti) de acordo com o Daily Bhutan. Foi lá que Richard Horsey encontrou uma história que abalou seu ceticismo, e Andrew Benfield obteve a tão esperada amostra de cabelo do Yeti.
Embora a análise de DNA tenha revelado a origem equina do cabelo, isso não invalidou a série da BBC Radio 4 nem as histórias da população local.
As histórias do Yeti, que desempenham um papel importante na cultura do Himalaia, são passadas de geração em geração. Para os habitantes locais, a existência do Yeti não é apenas uma questão de prova física, mas uma parte essencial de sua herança e tradição.
O autor Tshering Tashi abordou a crença butanesa no Yeti em um artigo publicado em 2020 no Kuensel Online, a versão online do jornal nacional do Butão. Neste trabalho, o autor afirmou que os habitantes do Butão estão firmemente convictos da existência do Yeti, entretanto, demonstram uma abordagem cautelosa na apresentação de evidências que respaldem tal convicção.
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“Embora certamente exista um ser biológico por trás da mitologia, acreditamos que ele não terá a forma e o formato que os ocidentais romantizaram”, escreveu Tashi.
A jornada de Andrew Benfield e Richard Horsey, embora não tenha fornecido a prova definitiva da existência do Yeti, destaca a importância do respeito pelas histórias e crenças locais. A busca por evidências científicas pode não ter tido sucesso, mas a exploração abriu uma janela para a cultura e as crenças da região, permitindo que o mundo compreenda o significado e a importância do Abominável Homem das Neves para as pessoas que vivem nas sombras das majestosas montanhas do Himalaia.