No mundo das redes sociais, é comum nos depararmos com conteúdos surpreendentes e inusitados. Um exemplo disso foi uma postagem no Facebook de um gigante no Japão, datada de 8 de março (link direto , link de arquivo), que rapidamente se tornou viral, acumulando mais de 800 compartilhamentos em apenas quinze dias.
O conteúdo em questão prometia mostrar a filmagem de um “gigante da vida real”. No entanto, como frequentemente acontece na era digital, as aparências podem ser enganosas.
A postagem em questão apresentava uma montagem de vídeos em preto e branco protagonizados por um suposto gigante. O texto que a acompanhava afirmava: “Filmagem de um gigante da vida real”.
Essas palavras, sem dúvida, intrigaram e fascinaram muitos internautas, levando a um compartilhamento frenético da postagem. Contudo, a verdade por trás desse suposto gigante é muito diferente do que foi sugerido.
Ao investigar a fundo as origens desse vídeo viral, foi descoberto que o conteúdo não passa de uma ilusão habilmente construída por meio de técnicas de edição de vídeo e efeitos especiais. Na verdade, trata-se de imagens retiradas de um trailer de um filme japonês lançado em 2007, intitulado “Big Man Japan“.
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Cada trecho mostrado na postagem corresponde aos primeiros 24 segundos desse trailer, que foi disponibilizado no YouTube em 2012.
O IMDb, uma fonte de informações amplamente confiável sobre filmes, esclarece de forma inequívoca que o gigante e os monstros presentes em “Big Man Japan” são gerados por computador. Portanto, não podemos considerar essas imagens como evidências autênticas da existência de um gigante humano real.
Embora a humanidade tenha conhecido indivíduos excepcionalmente altos ao longo da história, como Robert Wadlow, que ostentava o título de homem mais alto da história, não há provas sólidas que confirmem a existência de uma raça genuína de gigantes.
A ideia de gigantes pode ser cativante, alimentando a imaginação e a curiosidade, mas a realidade nos diz outra coisa.
O antropólogo W. Scott McGraw, líder do departamento de antropologia do estado de Ohio afirmou: “Seria maravilhoso se gigantes realmente existissem!” No entanto, ele enfatizou que essa concepção provém unicamente da “criatividade e imaginação”. Ou seja, enquanto a ideia de gigantes pode ser fascinante, não há bases científicas sólidas para sustentá-la.
Em um mundo onde as informações circulam com rapidez e facilidade nas redes sociais, é essencial mantermos um senso crítico. Este caso do suposto gigante é apenas mais um lembrete de como as imagens e os vídeos podem ser manipulados para criar narrativas enganosas.
Portanto, ao deparar-se com conteúdos extraordinários, vale a pena questionar sua autenticidade e buscar fontes confiáveis antes de aceitá-los como verdadeiros.
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Em última análise, a postagem viral do “gigante da vida real” é um exemplo de como a imaginação e a tecnologia podem nos levar a acreditar no extraordinário, mas a realidade muitas vezes é mais prosaica do que gostaríamos que fosse. A busca pela verdade requer uma mente crítica e a disposição de cavar mais fundo do que apenas a superfície das aparências.