O terceiro olho, também conhecido como olho da mente ou olho interno, é um conceito místico e esotérico que se refere a um olho invisível que proporciona uma percepção além da visão comum. Em certas tradições espirituais orientais, o terceiro olho está associado à intuição, à iluminação espiritual e à sabedoria interior.
Embora não seja reconhecido pela ciência convencional, os crentes dizem que a ativação do terceiro olho através da meditação, visualização e práticas espirituais pode conceder acesso a estados mais elevados de consciência e a uma visão espiritual profunda.
No contexto das práticas espirituais orientais, o terceiro olho é descrito como um portal que conduz aos domínios e dimensões internas da consciência superior, frequentemente simbolizando um estado de iluminação. Ele está comumente ligado a visões religiosas, à clarividência, à habilidade de perceber os chakras e auras, à precognição e a experiências fora do corpo.
Anatomia do Terceiro Olho
Na tradição hindu, diz-se que o terceiro olho está localizado no centro da testa, logo acima das sobrancelhas. Conhecida como ajna chakra ou chakra frontal na filosofia do yoga, esta área é considerada a sede da sabedoria oculta e a porta de entrada para uma consciência superior.
Embora não seja um olho físico, acredita-se que quando o terceiro olho é “aberto”, a pessoa transcende as limitações dos sentidos físicos e é capaz de perceber uma realidade superior através da intuição e da visão interior.
"Do ponto de vista fisiológico, a área do terceiro olho corresponde à glândula pineal. Esta pequena glândula endócrina no cérebro secreta melatonina, serotonina e outros hormônios que regulam os ciclos de sono-vigília e as funções sazonais.
Algumas teorias especulam que a ativação da glândula pineal através da meditação e práticas espirituais pode estimular a liberação de DMT químico psicodélico, induzindo estados alterados de consciência. No entanto, a ciência convencional não encontrou nenhuma evidência que apoiasse afirmações paranormais sobre a glândula pineal.
Ativando e Desenvolvendo o Terceiro Olho
Embora as técnicas variem entre as tradições, a meditação é o principal método para ativar o terceiro olho. Ao acalmar a mente e focar interiormente, pode-se aumentar a intuição e explorar a sabedoria inconsciente.
Exercícios de visualização também são usados para estimular o terceiro olho, como imaginar uma flor de lótus abrindo-se na testa para revelar a luz interior. Acredita-se que entoar mantras como “Om” ressoa com energias que despertam o terceiro olho.
Diz-se que a prática espiritual regular abre, fortalece e desenvolve progressivamente as habilidades do terceiro olho. Os sinais de abertura do terceiro olho podem incluir sonhos vívidos, aumento da intuição e sensibilidade psíquica, visão de auras ou energias ao redor de pessoas e objetos e percepção de espíritos ou outros seres não físicos.
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No entanto, os críticos alertam que a estimulação excessiva do terceiro olho prematuramente pode levar a alucinações, pensamentos delirantes e desconexão da realidade. O domínio de um guru experiente é encorajado quando se busca desbloquear os poderes do terceiro olho.
O terceiro olho na história e no simbolismo
O terceiro olho tem uma longa história em muitas tradições espirituais em todo o mundo.
Egito: No Antigo Egito, o Olho de Hórus simbolizava proteção mágica e onisciência divina. O Olho de Hórus, também conhecido como olho wedjat esquerdo ou olho udjat, é um símbolo antigo da religião egípcia que representa bem-estar, cura e proteção. Sua origem remonta à lenda envolvendo Hórus e Set, em que Set danificou o olho de Hórus, que posteriormente foi restaurado com a ajuda de outras divindades, como Thoth.
Esse olho restaurado foi oferecido a Osíris por Hórus e conferiu poder de renovação a Osíris na vida após a morte. Assim, o Olho de Hórus também estava relacionado a oferendas funerárias e a rituais no templo, além de representar conceitos como a lua, cujas fases eram comparadas ao dano e à restauração do olho.
Budismo: No Budismo, Buda é frequentemente representado com um terceiro olho no meio da testa, representando sua sabedoria iluminada. Este ponto é reverenciado como o “olho da consciência”, simbolizando o ponto de vista que conduz à iluminação para além da percepção física.
Assim como os hindus, os budistas empregam o símbolo da urna com a mesma finalidade, e o terceiro olho, também conhecido como o “Olho da Sabedoria”, está intrinsecamente ligado à divindade Buda.
Hinduísmo: Dentro do hinduísmo, o termo “terceiro olho” faz referência ao ajna, conhecido como o chakra da sobrancelha, que se diz estar situado no centro da testa, ligeiramente acima da junção das sobrancelhas.
Na cultura hindu, é comum a aplicação de uma “tilaka” entre as sobrancelhas como uma representação simbólica do terceiro olho, uma imagem também associada às expressões de Shiva, o qual é venerado como “Tryambaka Deva” ou o Senhor de Três Olhos. O terceiro olho de Shiva é símbolo do poder do conhecimento e da capacidade de discernir o bem do mal. Geralmente, é representado por três olhos, com três linhas horizontais na região central da testa.
Os devotos hindus enxergam o olho direito de Shiva como o Sol e o olho esquerdo como a Lua, atribuindo ao terceiro olho o papel de “olho da sabedoria” e do conhecimento espiritual. Acredita-se que ele seja usado por Shiva para transcender a aparência superficial das coisas e proteger os justos dos malfeitores.
Taoismo: No taoísmo, a prática de desenvolver o terceiro olho envolve concentrar a mente na região entre as sobrancelhas, com os olhos fechados, enquanto o corpo assume diversas posturas de qigong.
O propósito deste treinamento é permitir que os praticantes sintonizem-se com a “vibração” adequada do universo, estabelecendo uma base sólida para atingir estados meditativos mais avançados. De acordo com o taoísmo, o terceiro olho, também conhecido como o “olho da mente”, situa-se entre os dois olhos físicos e se expande até a área central da testa quando é ativado.
O taoísmo afirma que o terceiro olho é um dos principais centros de energia do corpo, localizado no sexto chakra, que faz parte do meridiano principal, uma linha que separa os hemisférios esquerdo e direito do corpo.
O terceiro olho também aparece na teologia cristã, no judaísmo cabalístico, no paganismo celta e em muitas outras religiões como um símbolo de visão interior, sabedoria e conexão divina.
Na era moderna, o terceiro olho continua a ser um poderoso símbolo espiritual usado na meditação, ioga, Nova Era e práticas ocultas que buscam maior consciência espiritual. Do despertar espiritual às habilidades psíquicas, a mística do terceiro olho continua a capturar a imaginação hoje.
No geral, o terceiro olho representa a eterna busca da humanidade por um significado mais profundo e uma conexão com a consciência universal. Embora os seus poderes desafiem a explicação científica, para os buscadores espirituais, o terceiro olho permanecerá sempre uma porta de entrada para explorar os mistérios profundos da vida.