Na Bulgária, um homem foi encontrado mumificado em um período de apenas 16 dias após a última vez que o homem foi visto com vida.
AVISO: As imagens a seguir são perturbadoras
Um homem de 34 anos foi visto pela última vez com vida em 16 de agosto na cidade de Sofia, Bulgária. Surpreendentemente, em 3 de setembro, seu corpo foi encontrado em um estado de “mumificação” ao lado de uma linha férrea. Devido ao histórico de alcoolismo do indivíduo, era esperado que seus órgãos estivessem desidratados, porém, um relatório publicado no Cureus Journal revela que suas vísceras estavam completamente “reduzidas a massas amorfas”.
Os pesquisadores explicam que a mumificação natural se desenvolveu ao longo de um mês, caracterizando um fenômeno raro conhecido como “mumificação precoce”, especialmente incomum em regiões temperadas. Portanto, este caso assume grande relevância para a comunidade forense, visto que apenas um punhado de incidentes semelhantes já foi documentado.
No entanto, os investigadores estão lutando para elucidar como o corpo alcançou um estado tão avançado de mumificação em um período tão curto, especialmente em um ambiente claramente inadequado para esse processo.
"Mumificação e a jornada de Ka
A prática da mumificação representa um antigo e intricado ritual, profundamente carregado de significado religioso, que visava a conservação de corpos humanos e animais. No contexto do antigo Egito, esse processo envolvia meticulosamente a retirada dos órgãos internos e a subsequente dessecação do corpo com o uso de natrão, uma composição à base de sal.
De forma característica, os cérebros eram extraídos através do canal nasal e descartados, enquanto os corações eram preservados intocados. Esta abordagem refletia a crença de que o coração abrigava o “Ka”, a essência da força vital do indivíduo, que se desprendia do corpo para iniciar sua jornada na vida após a morte.
Após um período de várias semanas de desidratação, os cadáveres eram submetidos a uma unção com óleos e envoltos meticulosamente em faixas de linho. A prática da mumificação não somente amalgamava elementos de espiritualidade e convicções culturais, mas também atestava o notável domínio anatômico das civilizações antigas.
É relevante observar que a mumificação natural de corpos era mais comumente identificada em regiões áridas do mundo antigo, onde as condições ambientais propiciavam a dessecação e a preservação dos corpos de maneira espontânea. Exemplos notáveis dessa ocorrência podem ser encontrados em várias partes da América do Sul e da Ásia.
Pele dura, coriácea e marrom-escura de cadáver mumificado
A equipe de pesquisadores científicos reportou que a epiderme do indivíduo exibia “uma gama de colorações que variam de matizes de marrom claro a tonalidades de marrom escuro”. Ademais, destacaram que a derme demonstrava uma textura “rígida e coriácea”, encontrando-se em um estado de completa desidratação.
Os exames internos, por sua vez, revelaram que as cavidades craniana, torácica e abdominal haviam se deteriorado, transformando-se em “aglomerados secos com tonalidades predominantemente preta-amarronzadas”.
Os pesquisadores registraram que o processo de mumificação natural, em geral, demanda um intervalo temporal que varia de algumas semanas a 6-12 meses. Adicionalmente, enfatizaram que uma transformação tão rápida só ocorreria tipicamente em circunstâncias caracterizadas por temperaturas extremamente elevadas.
No entanto, é importante notar que, à época da descoberta do corpo, as temperaturas registradas em Sofia oscilavam entre 16 e 33 graus Celsius, um intervalo que, segundo os cientistas, não alcança níveis de calor suficientes para induzir o processo de mumificação.
Os pesquisadores estão firmemente convencidos de que os padrões climáticos em Sofia não poderiam ter desencadeado o que eles caracterizaram como um “processo de mumificação extraordinariamente rápido”, tal como evidenciado no corpo do indivíduo de 34 anos.
Diante da improbabilidade de que as condições climáticas locais tenham desempenhado um papel determinante na acelerada mumificação, emerge a hipótese de que algum outro fator, atuando localmente para elevar as temperaturas, poderia ter sido responsável por este fenômeno. Neste contexto, tal abordagem investigativa estabelece o próprio trem como um elemento suspeito central no enigma em questão.
Invariavelmente, todos nós já estivemos em proximidade às linhas ferroviárias e estações de metrô, e, em decorrência disso, experimentamos a rajada de ar quente que irrompe quando os trens se deslocam.
Embora essa suposição possa inicialmente parecer conjectural e não passível de confirmação definitiva, os estudiosos formulam uma hipótese segundo a qual a passagem dos trens poderia ter influenciado a circulação de ar quente e vento em torno do corpo a ponto de induzir sua desidratação, acelerando, assim, o processo de mumificação de forma notável.
O argumento para a mumificação por locomotivas?
Se a causa efetiva da mumificação de corpos humanos foi, de fato, a circulação de ar quente, tal constatação suscita a necessidade premente de os arqueólogos reexaminarem minuciosamente os sítios de mumificação situados no Antigo Egito e em outras regiões do globo.
Tradicionalmente, os recintos destinados às práticas de embalsamamento e os templos apropriados frequentemente eram dotados de sistemas de ventilação, originalmente concebidos para mitigar odores desagradáveis e manter um ambiente de trabalho higienicamente propício.
Entretanto, à luz da eficácia potencialmente notável com que um fluxo de ar quente poderia desidratar um cadáver, como evidenciado pelo achado de um corpo mumificado na Bulgária, é plausível conjecturar que alguns desses antigos sistemas de ventilação poderiam ter sido empregados com o propósito de acelerar o processo de desidratação cadavérica, numa abordagem que mereceria a denominação apropriada de “mumificação locomotiva”.