Certamente você já deve ter se deparado com o intrigante Paradoxo de Fermi.
Mas, caso esse enigma lhe seja desconhecido, permita-me resumi-lo para você: considerando a vastidão do espaço e as contínuas descobertas de planetas localizados em zonas habitáveis, é altamente provável que a vida alienígena exista em algum lugar deste vasto universo.
No entanto, por que até agora nenhum contato foi estabelecido? Se há tantas outras civilizações lá fora, possivelmente em estágios avançados de desenvolvimento, devido à longa duração do cosmos, não seria de se esperar que ao menos uma delas enviasse mensagens, sondas ou estivesse, assim como nós, em uma busca desesperada por sinais de vida?
As respostas para esse paradoxo variam desde as mais otimistas até as verdadeiramente assustadoras. Talvez simplesmente não tenhamos procurado o tempo necessário ou não tenhamos emitido sinais rastreáveis o suficiente para que esses seres alienígenas nos encontrassem.
Ou, ainda mais perturbador, é possível que nenhuma civilização alienígena alcance o estágio tecnológico capaz de estabelecer contato com outras espécies, destruindo-se irremediavelmente muito antes de atingir tal nível de avanço.
"Na sinistra fronteira do espectro, emerge a fascinante Teoria da Floresta Negra, cujas raízes se entrelaçam na obra de ficção científica “The Dark Forest” de Liu Cixin. Neste intrigante enredo, personagens peculiares como um professor de sociologia, um ex-astrônomo e a mãe de um amigo falecido são envolvidos em conversas inquietantes.
O professor proclama que a vida, em sua incansável busca pela sobrevivência, se depara com um dilema perturbador: as intenções das outras espécies alienígenas permanecem um mistério insondável. Algumas podem ser benevolentes, enquanto outras carregam o peso de uma hostilidade sombria.
Contudo, mesmo que a vida extraterrestre não se revele hostil, sua incessante expansão num universo de recursos limitados inevitavelmente semeia as sementes do conflito, pois há aqueles que cobiçam os mesmos recursos.
Em face dessas circunstâncias angustiantes, a obra nos convida a refletir sobre a inescapável conclusão: toda forma de vida inteligente se vê compelida a adotar a ação mais segura, um impiedoso imperativo de sobrevivência.
Assim, a única opção parece ser aniquilar qualquer forma de vida que possa representar uma ameaça antes que ela própria nos devore.
“O universo é uma floresta escura. Cada civilização é um caçador armado rondando pelas árvores como um fantasma, empurrando suavemente os galhos que bloqueiam o caminho e tentando pisar sem fazer barulho. Até mesmo respirar é feito com cuidado. O caçador precisa ser cauteloso, pois em toda a floresta existem caçadores sorrateiros como ele. Se ele encontrar outra vida — outro caçador, um anjo ou um demônio, um delicado bebê ou um idoso cambaleante, uma fada ou um semideus — só há uma coisa que ele pode fazer: abrir fogo e eliminá-los”, diz um trecho famoso do livro.
“Nessa floresta, o inferno são outras pessoas. Uma ameaça eterna de que qualquer forma de vida que expõe sua própria existência será rapidamente exterminada. Essa é a imagem da civilização cósmica. É a explicação para o Paradoxo de Fermi.”
Isso não significa que não tenhamos conhecimento de outras espécies, simplesmente porque foram todas extintas, argumenta o livro. Se ao menos uma espécie lá fora age dessa maneira, faz sentido que todas as outras optem pelo silêncio e não revelem sua existência aos demais.
No entanto, há um fator que o livro explora. Embora eliminar as outras espécies antes que possam fazer o mesmo com você seja uma ação racional, os alienígenas podem optar por não fazê-lo por razões práticas.
Vamos supor que você envie uma frota de destruidores para outro sistema estelar. Quando ela chegar lá, sua frota permanecerá no mesmo nível tecnológico em que foi enviada, enquanto as pessoas que você está atacando terão avançado séculos ou até mesmo milênios.
Dessa forma, pode ser benéfico para a maioria das civilizações simplesmente permanecerem ocultas, assim como muitas outras formas de vida benevolentes, todas elas se escondendo na floresta com medo.
Nesse sentido, o livro explora intrigantes possibilidades, levando-nos a refletir sobre a existência de outras espécies além da nossa.
Seria prudente manter-se em silêncio diante de um universo vasto e desconhecido, onde o avanço tecnológico de uma civilização pode ser motivo de temor para outra, como se estivéssemos todos espreitando na floresta, cautelosos e receosos de nos revelar.
Ao mergulharmos nas páginas desse fascinante livro, somos conduzidos a questionamentos profundos sobre a interação entre civilizações extraterrestres. Afinal, a sobrevivência pode estar intrinsecamente ligada ao sigilo e à dissimulação.
Enquanto muitos sonham com um contato intergaláctico e esperam por sinais de vida inteligente, a obra nos convida a considerar a possibilidade de que, por trás do silêncio, escondam-se seres benevolentes, observando-nos com curiosidade e talvez até mesmo temor.
Em meio às suas páginas instigantes, somos levados a refletir sobre a complexidade e as nuances das relações interestelares.
Afinal, a escolha de permanecer oculto pode ser uma medida de autopreservação e sabedoria diante de um cosmos vasto e misterioso. Talvez, ao entendermos as razões por trás desse silêncio, possamos descobrir mais sobre nós mesmos e nossa própria existência no universo.
O livro nos transporta para um mundo de especulações fascinantes, mergulhando-nos em um oceano de mistério cósmico. À medida que acompanhamos as linhas de suas páginas, somos levados a ponderar sobre os segredos ocultos nas estrelas distantes e a considerar a vastidão inexplorada do espaço.
Quem sabe quais maravilhas nos aguardam além dos limites do nosso conhecimento? A resposta pode estar escondida no enigma daqueles que escolheram se esconder, sussurrando silenciosamente entre as sombras cósmicas.
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