A recente identificação de 62 satélites “irregulares” em órbita ao redor do planeta Saturno apresenta um notável aumento no número total de luas, elevando-o para um total de 145 corpos celestes. Essa descoberta, por sua vez, oferece indícios de um passado turbulento e caótico para o sistema saturniano.
A efêmera, porém magnífica, supremacia de Júpiter como o planeta detentor do maior número de luas em nosso sistema solar foi abruptamente suplantada nesta semana, com a confirmação por parte dos cientistas da descoberta de 62 novas luas em órbita ao redor de Saturno.
Essa recente revelação elevou o número total de luas do planeta dos anéis para um impressionante total de 145 corpos celestes.
Esse avanço significativo representa um salto notável à frente das 95 luas já confirmadas em Júpiter, um total que temporariamente superou a contagem lunar de Saturno por alguns meses, após o reconhecimento oficial de 12 novas luas orbitando Júpiter no final de dezembro.
Nesse contexto, Saturno agora se estabelece como o primeiro e único planeta do sistema solar a ostentar mais de 100 luas conhecidas, conforme destacado pelos pesquisadores da Universidade de British Columbia (UBC), que contribuíram para essas recentes descobertas.
"A equipe de pesquisadores internacionais conduziu suas investigações utilizando os dados obtidos pelo Telescópio Canadá-França-Havaí, localizado no cume do Mauna Kea, no Havaí, durante o período compreendido entre 2019 e 2021.
Através de uma minuciosa análise de uma extensa sequência de imagens adquiridas em janelas de observação com duração de 3 horas, a equipe logrou identificar a presença de 62 luas que, anteriormente, eram demasiadamente pequenas ou apresentavam brilho insuficiente para serem detectadas.
Dentre essas luas recém-descobertas, algumas apresentavam dimensões tão diminutas que mediam apenas 2,5 quilômetros de largura, uma distância inferior ao comprimento do National Mall em Washington, D.C.
Todas as 62 luas recentemente detectadas são classificadas como “luas irregulares”, caracterizadas por suas órbitas elípticas distantes em torno de seu planeta hospedeiro e sua propensão a movimentos retrógrados, isto é, em direção oposta à rotação de Saturno.
Observa-se que muitas dessas diminutas luas peculiares tendem a agrupar-se em órbitas retrógradas semelhantes, o que sugere a possibilidade de terem surgido a partir de uma lua maior que se fragmentou há milhões de anos, conforme apontado pelos pesquisadores.
“À medida que avançamos para os limites alcançáveis pelos telescópios modernos, surgem evidências crescentes indicando que, aproximadamente 100 milhões de anos atrás, uma lua de tamanho moderado que orbitava em sentido contrário a Saturno foi despedaçada”, declarou Brett Gladman, professor de astronomia e astrofísica da UBC, em um comunicado oficial.
Prevê-se que as novas luas sejam oficialmente reconhecidas neste mês pela União Astronômica Internacional, um corpo composto por mais de 12.000 cientistas responsáveis por atribuir designações a corpos celestes, dentre outras tarefas.