A Judaculla Rock é um local de grande significado espiritual para o povo Cherokee, e é considerada uma obra-prima do Gigante de olhos puxados, uma figura lendária que supostamente vagava por aquelas terras.
Situada no coração das Montanhas Blue Ridge, encontra-se uma rocha enigmática, repleta de esculturas misteriosas que têm intrigado historiadores e arqueólogos há séculos. Conhecida como a Rocha de Judaculla, este antigo artefato ocupa um lugar de destaque na história e nas lendas do povo Cherokee. Muitos já tentaram desvendar o significado e o propósito por trás das esculturas, mas a verdadeira história da rocha permanece envolta em mistério.
Entre as muitas lendas que envolvem a Rocha de Judaculla, uma das mais intrigantes é aquela que fala sobre o Gigante de Olhos puxados, uma criatura lendária que se diz ter percorrido as montanhas e deixado sua marca na rocha.
Judaculla Rock
A Rocha de Judaculla, situada no Condado de Jackson, Carolina do Norte, é uma imponente formação rochosa esculpida em pedra-sabão e adornada com mais de 1.500 petróglifos. Este tesouro de símbolos e entalhes misteriosos é considerado um dos locais mais significativos de arte rupestre dos povos indígenas do sudeste dos Estados Unidos.
Com uma idade estimada em cerca de 3.000 anos – algumas até datando entre 2.000 e 3.000 a.C. – a Rocha de Judaculla é uma verdadeira relíquia do passado que desperta curiosidade e fascínio. Sua relevância histórica e cultural é ainda mais enriquecida pela lenda Cherokee do Gigante de Olhos puxados, também conhecido como Tsul ‘Kalu, que dá nome a essa majestosa formação rochosa.
"O gigante de olhos puxados – Tsul ‘Kalu na mitologia Cherokee
De acordo com a mitologia Cherokee, Tsul ‘Kalu era um colosso poderoso que habitava as montanhas e inspirava temor no povo. Possuía olhos puxados e um corpo coberto de pelos da cabeça aos pés. Embora pouco se saiba sobre essa criatura humanóide de proporções gigantescas, a lenda narra que ele se envergonhava e irritava muito quando as pessoas falavam mal de sua aparência física. Por conta disso, Tsul ‘Kalu evitava o contato humano e permanecia escondido nas montanhas, saindo apenas à noite, quando sabia que havia pessoas dentro das casas.
De acordo com as lendas, Tsul ‘Kalu possuía o poder de controlar o clima e até mesmo provocar terremotos com sua imponente presença. Apesar disso, a criatura colossal não era má e ajudou o povo Cherokee em diversas ocasiões, compartilhando seus conhecimentos sobre caça, pesca e agricultura.
Quando finalmente veio a falecer, Tsul ‘Kalu teria deixado sua marca no mundo espiritual dos Cherokee, incorporando-se na Rocha Judaculla e transformando-a em um local sagrado reverenciado por sua cultura. Acredita-se que tenha sido o próprio gigante de olhos rasgados a arranhar a pedra-sabão com suas mãos de sete dedos, conforme conta a lenda. Outros relatos mencionam que, enquanto se coçava, ele teria trabalhado com seus dedos dos pés para gravar as marcas que hoje são reverenciadas pelo povo Cherokee.
Na visão do povo Cherokee, a Rocha Judaculla era um local sagrado e místico, capaz de transportar indivíduos comuns para o mundo espiritual e permitir a comunicação com seres divinos. Essa crença sugere a existência de uma criatura sobrenatural, semelhante às divindades presentes em diversas mitologias ao redor do mundo.
A importância da Judaculla Rock
Descoberta pelos colonos europeus em 1800, a Rocha Judaculla já era um local sagrado e venerado pelo povo Cherokee. Repleta de entalhes e símbolos, a rocha tem sido interpretada de diversas maneiras ao longo dos anos. Enquanto alguns enxergam nas gravuras cenas de caça, outros acreditam que elas possam ter um significado astronômico ou religioso. A Rocha Judaculla também é de grande importância histórica e cultural, permitindo um vislumbre valioso sobre a vida e as crenças dos Cherokee antes do contato com os europeus.
Interpretações e significados dos símbolos
Várias teorias e interpretações foram apresentadas em relação aos símbolos na Rocha de Judaculla. Segundo alguns pesquisadores, as representações de veados, ursos e outros animais simbolizam situações de caça. Algumas pessoas especulam que os símbolos podem ser de origem astronômica e simbolizar constelações ou ocorrências celestes. Alguns até afirmaram que os símbolos poderiam ter um significado religioso ou espiritual, significando a conexão do povo Cherokee com a natureza.
Estudos sobre a Rocha Judaculla
Desde a sua descoberta, o Judaculla Rock tem sido o foco de várias investigações. Arqueólogos e historiadores fizeram um esforço para interpretar os símbolos e compreender seu significado para entender melhor a cultura e a história Cherokee. Os pesquisadores têm conseguido interpretar melhor os símbolos e as gravuras na rocha nos últimos anos devido ao uso de tecnologia sofisticada, como o escaneamento a laser 3D.
Preservação da Rocha Judaculla
Para o benefício das gerações futuras, o Judaculla Rock deve ser preservado e protegido como um importante local cultural e histórico. Como a rocha é propriedade pública, foram tomadas precauções para restringir o acesso e protegê-la contra destruição e vandalismo. Uma estratégia de gestão para a propriedade foi criada em colaboração com o Eastern Band of Cherokee Indians e o North Carolina State Historic Preservation Office. Essa estratégia envolve inspeção e manutenção de rotina.
Outras lendas da mitologia Cherokee
A mitologia do povo Cherokee é extensa e interessante, e muitas de suas tradições e contos foram transmitidos através dos tempos. Numerosas outras histórias, além do mito de Tsul ‘Kalu e da Rocha de Judaculla, lançam luz sobre a história e a cultura Cherokee.
Essas histórias incluem contos de espíritos animais , o primeiro fogo , o faisão batendo milho , mitos da criação , a vingança da águia e lendas de heróis e vilões.