O entusiasta de OVNIs Jaime Maussan enfrentou críticas recentemente após revelar duas pequenas múmias a legisladores mexicanos em um evento sobre vida extraterrestre. O ex-jornalista de 70 anos afirmou que os espécimes não eram originários da Terra.
Embora alguns tenham ficado intrigados com a audiência do Congresso sobre OVNIs, a primeira do gênero no México, os cientistas condenaram as afirmações de Maussan sobre os corpos como infundadas.
Maussan rejeitou a reação, mantendo suas afirmações apesar da falta de provas. A exibição polêmica despertou tanto a curiosidade quanto o ceticismo no México em relação à possibilidade de vida extraterrestre.
Maussan alegou que os corpos mumificados foram encontrados perto das antigas Linhas de Nazca, no Peru, e datados por carbono pela Universidade Nacional Autônoma do México, com aproximadamente 1.000 anos de idade. No entanto, Maussan esteve envolvido anteriormente na promoção de outra múmia de Nazca contestada em 2017.
Uma análise de 2021 publicada no International Journal of Biology and Biomedicine examinou esses restos mortais e concluiu que a cabeça era composta em grande parte por um crânio de lhama e outros ossos não identificados.
"Elsa Tomasto, uma bioantropóloga peruana, expressou frustração com o fato de as afirmações sem base de Maussan terem recebido uma plataforma tão grande. Ela citou várias outras supostas descobertas arqueológicas promovidas por Maussan que, mais tarde, foram comprovadas como fraudulentas. Apesar da falta de evidências e de seu histórico de afirmações questionáveis, Maussan continua a apresentar os corpos mumificados como prova de vida extraterrestre.
Ela disse à Reuters: “O que dissemos antes continua valendo, eles estão apresentando a mesma repetição de sempre e, se há pessoas que continuam acreditando, o que podemos fazer? É tão grosseiro e tão simples que não há mais nada a acrescentar.”
Os cientistas sempre descartaram descobertas semelhantes no passado como múmias criadas artificialmente de crianças pré-hispânicas misturadas com restos de animais.
A apresentação dos corpos mumificados no México também levantou dúvidas. A Ministra da Cultura do Peru, Leslie Urteaga, declarou que os espécimes foram retirados do Peru sem autorização. Ela revelou ainda que as autoridades peruanas apresentaram uma queixa criminal sobre o assunto.
De acordo com a Reuters, Maussan disse em resposta à queixa criminal: “Não estou preocupado. Não fiz absolutamente nada ilegal”.
Ele não revelou à agência de notícias os detalhes sobre a chegada dos espécimes ao México ou como eles foram cedidos por um cidadão mexicano a Maussan para apresentação no Congresso, apesar do desejo do indivíduo em questão de permanecer anônimo.
Quando questionado sobre como ele adquiriu a custódia dos alegados corpos, o homem afirmou que essas informações seriam divulgadas “no momento apropriado”.
Julieta Fierro, uma renomada cientista afiliada ao Instituto de Astronomia da Universidade Nacional Autônoma do México, que analisou os resultados do teste realizado por Maussan, identificou pequenas discrepâncias nos dados.
Ela disse que a presença de isótopos radioativos de carbono-14, que são absorvidos por organismos vivos em seus tecidos e ajudam os cientistas a descobrir o ano aproximado da morte de um espécime, não seria a mesma que em outros planetas – indicando que os espécimes provavelmente eram da Terra.
Fierro acrescentou que os resultados “não mostram nada misterioso que possa indicar compostos de vida que não existam na Terra”.